EUA, Canadá e México revivem cúpula trilateral em 1º encontro desde 2016

Países devem discutir temas como migração, pandemia e integração econômica da América do Norte

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Os líderes dos EUA, Canadá e México renovaram a conhecida “cúpula dos 3 amigos” nesta 5ª feira (18.nov.2021), na Casa Branca. Foi o 1º encontro do grupo desde 2016, quando a reunião foi rejeitada pelo ex-presidente Donald Trump.

A cúpula vem na esteira da reabertura das fronteiras dos EUA para os 2 países a todos os viajantes totalmente vacinados depois de 20 meses de restrições por causa da pandemia.

Antes do encontro trilateral, no Salão Oval da residência do presidente norte-americano, o democrata Joe Biden se reuniu individualmente com cada um dos chefes de Estado vizinhos –Andrés Manuel López Obrador, do México, e Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá.

Ainda que o diálogo tenha mantido o tom cordial, há pontos de dificuldade entre os 3 países. O principal diz respeito aos créditos fiscais propostos para veículos elétricos incluídos no plano “Build Back Better”, de Biden. O modelo favorece os fabricantes dos EUA, o que levantou alerta sobre “políticas protecionistas”.

Na conversa com Trudeau, Biden desviou o assunto. Disse que discutiria incentivos fiscais para veículos elétricos com os líderes. “Mas a cláusula ainda nem foi aprovada pela Câmara”, pontuou. Outro ponto de tensão, em especial com o Canadá, é o oleoduto Linha 5 da Enbridge, que o estado de Michigan deseja encerrar.

Doação de vacinas e crise migratória

É possível que os líderes anunciem uma cooperação de doação de vacinas. Washington emprestou doses aos 2 países vizinhos, sob a devolutiva de que Canadá e México doassem milhões de doses aos países mais pobres, em especial da América Latina e Caribe.

A migração é um ponto sensível. Desde a posse de Biden, em janeiro, a incidência de migrantes latino-americanos tentando cruzar a fronteira aumentou consideravelmente –reflexo da desinformação sobre uma possível diluição das regras para entrar nos EUA depois da saída de Trump.

Altos funcionários disseram à CNN norte-americana, porém, que Washington planeja desenvolver uma abordagem regional para a questão, não centralizada apenas sobre a fronteira sul do país. De que forma: abordar as “causas profundas” para a migração em massa, como a falta de emprego, violência e efeitos das mudanças climáticas –como o êxodo rural, por exemplo.

Outro ponto de convergência deve ser a criação de um grupo destinado a reduzir as emissões de gases causadores das mudanças climáticas –em especial o metano –, e reafirmar o apoio às proteções trabalhistas que pavimentam o acordo comercial EUA-México-Canadá, assinado ainda durante o governo Trump. Nesse sentido, devem reconstruir os laços para estabelecer um diálogo de segurança de alto-nível.

“Boicote diplomático” às Olimpíadas de Pequim

Em sua conversa com Trudeau, Biden disse que avalia um “boicote diplomático” aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, agendados para fevereiro de 2022. “É algo que estamos considerando”, disse o presidente

Tanto congressistas norte-americanos republicanos quanto democratas pediram o boicote como forma de reprimir os abusos aos direitos humanos na China. Se realizado, autoridades dos EUA não comparecerão às cerimônias olímpicas apesar de os EUA ainda enviarem seus atletas

Biden conversou com o presidente chinês Xi Jinping na 2ª feira (15.nov), em sinal a uma tentativa de reaproximação entre os 2 países, que protagonizam uma disputa econômica, tecnológica e comercial intensificada durante a pandemia. Segundo o democrata, porém, as Olimpíadas de 2022 não têm a ver com o assunto.

Trudeau, López Obrador e Biden devem publicar uma carta conjunta ao final da reunião. Esta reportagem será atualizada.

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Fonte poder360
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