Volkswagen anuncia investimento de R$ 7 bi na América Latina e fim do Gol
Montadora alemã vai lançar modelos de entrada mais seguros e com menor emissão de CO2; preços vão subir
A Volkswagen anunciou que investirá R$ 7 bilhões na América Latina de 2022 a 2026. O valor será destinado ao lançamento de uma nova família de carros, à aceleração do desenvolvimento de modelos de negócios digitais e à expansão de pesquisas sobre biocombustíveis até a chegada de carros elétricos na região. A informação foi divulgada pela montadora na 5ª feira (5.nov.2021).
O presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, não especificou qual montante será destinado ao Brasil e qual irá para a Argentina, onde a empresa alemã tem fábrica. Ele disse apenas que o Brasil ficará com a maior parte. O valor total do investimento na região é o mesmo dos últimos 5 anos.
Segundo Di Si, este ano será o 1º em “muitos, muitos anos” que a operação na América Latina terá resultados positivos, mesmo com falta de chips semicondutores, que fez com que diversos funcionários fossem colocados em lay-off.
O presidente global da Volkswagen, Ralf Brandstätter, comemorou os resultados da empresa na região em comunicado.
“A América Latina é um importante mercado para a Volkswagen. Nos últimos 2 anos, alcançamos uma boa posição na região por meio de um programa de reestruturação bastante consistente. Estamos agora conduzindo a implementação da nossa estratégia Accelerate [acelerar, em inglês] com um grande programa de investimentos, fortalecendo nossa posição competitiva na região e nos preparando assim para atingir uma lucratividade sustentável“, disse Brandstätter.
Com o novo programa, o Gol, que é produzido há 41 anos no Brasil, deixará de ser fabricado. Agora, o novo Polo Track será o modelo mais barato da marca.
“A nova legislação exige carros cada vez mais seguros e com menor emissão de CO2”, explicou Di Si. “Os carros compactos terão mais conteúdo e o custo será maior”, alertou.
Atualmente, o Gol é o modelo de entrada da Volkswagen. Ele custa de R$ 67,8 mil a R$ 83,4 mil.
Também de acordo com o presidente da empresa na região, o dinheiro virá de empréstimos com bancos privados e de um acordo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Na semana passada, a Volkswagen se comprometeu a agir para a descarbonização da frota do Brasil, entre outras exigências feitas pelo banco.