Aliados de Wanderlei acreditam que Carlesse não voltará mais ao Governo do Estado
Fato é que o afastamento de Carlesse era tão imprevisível quanto o seu retorno.
O apressado rompimento de Wanderlei Barbosa com Mauro Carlesse (PSL) tem uma razão especial: a crença do improvável retorno do governador afastado.
Os aliados de Wanderlei acreditam friamente que Carlesse não conseguirá reverter o afastamento de 180 dias, confirmado por unanimidade pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e lhe convenceram a respeito disso. Assim, não havia motivo algum para manter sua fidelidade política, pois as provas dos inquéritos seriam ‘robustas’.
Ademais, para o grupo político do novo governador, o prazo de seis meses é suficiente para enterrar de vez o mandato de Carlesse, inviabilizando qualquer possibilidade de retorno, seja pela via judicial ou Legislativa.
Eis, portanto, a provável causa da mudança repentina e radical no discurso de Wanderlei que, inicialmente, descartou ‘mudanças bruscas’ na gestão, porém, em menos de uma semana, promoveu um verdadeiro racha político.
Não é segredo que Wanderlei já andava insatisfeito com Carlesse e o clima só piorou depois que o governador anunciou que tentaria o 3º mandato. Além disso, seu Plano B, caso não conseguisse registrar candidatura, era um nome com perfil técnico. Falava-se em Sandro Henrique Armando, o secretário da Fazenda, e não em Wanderlei.
Fato é que o afastamento de Carlesse era tão imprevisível quanto o seu retorno ao Palácio Araguaia. Há muitas incertezas e pouca segurança jurídica para ambos os lados.
Os rumores são de que Carlesse já teria contratado o influente advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, mas sem confirmação oficial. Este causídico possui bom trânsito nas Cortes superiores, STJ e STF.
O tempo joga contra Carlesse e suas chances de retorno vão reduzindo com o passar dos meses, favorecendo e consolidando o governo de Wanderlei Barbosa.
Os próximos capítulos dessa novela são imprevisíveis, principalmente em um estado marcado por crises políticas. Desde 2006, nenhum dos governadores eleitos pelo voto popular terminou o mandato.