PT apoiará Auxílio Brasil, mas programa trará problemas, diz Humberto Costa

Senador diz que beneficio está sendo feito de “maneira improvisada sem previsão adequada dos recursos necessários”

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O líder do partido no Senado, senador Humberto Costa (PE), diz que o PT apoiará a criação do Auxílio Brasil, programa social idealizado pelo governo Bolsonaro para substituir o Bolsa Família, marca das gestões petistas. No entanto, afirma que o objetivo do programa é “basicamente eleitoral” porque é provisório e provocará problemas por não ter uma “base para sua efetivação”.

“Nós vamos logicamente aprovar se vier essa proposição. Achamos até que o valor deveria ser maior. Mas certamente nós vamos ter um grande problema para administrar que é o fato de que o governo é está criando um programa sem ter uma base efetiva para a sua efetivação”, declarou em entrevista ao Poder360.

Para o congressista, o programa “está sendo feito de maneira improvisada sem uma previsão adequada dos recursos necessários para a sua implementação”. Humberto Costa diz que a forma de cadastramento semelhante ao formato do Auxílio Emergencial permitirá “tantas fraudes” como as que foram registradas no início do programa provisório criado pelo governo.

O senador foi enfático ao ser questionado sobre a posição do PT em relação ao teto de gastos, que pode ser furado para a criação do novo programa social.

“Veja, o PT já defende há algum tempo uma mudança no teto de gastos. Na verdade, a cada ano que se passa há muitas exigências da sociedade que deixam de ser atendidas por conta do estabelecimento do teto, que na verdade não leva em consideração sequer o crescimento econômico que o país possa ter.”

De acordo com Humberto Costa, o governo Lula foi “fortemente defensor do equilíbrio fiscal” e o governo Dilma teve problemas graves porque apresentou uma proposta de renúncia fiscal para tentar estimular determinados setores, e o Congresso estendeu “violentamente” o conjunto de atividades desoneradas.

O senador deu entrevista ao Poder360 na 5ª feira (23.out.2021), por videoconferência. Assista (27min19seg):

Veja abaixo outros pontos abordados na entrevista:

CPI DA COVID

Membro da comissão e do chamado G7, grupo de senadores que se dizem oposição ou independentes ao governo, Humberto Costa diz que o desentendimento dos senadores com o relator Renan Calheiros (MDB-AL) já está “em fase de superação”.

“Houve um vazamento do teor do relatório e isso gerou um mal-estar porque qualquer mudança que acontecesse a partir de então teria que ser creditada aos integrantes que tiveram conhecimento posteriormente”, afirma o senador.

 

 

O congressista diz acreditar que até 3ª feira (26.out.2021), dia da votação do relatório, todos os 7 senadores do grupo terão capacidade de votar juntos.

Ao ser indagado se a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) está terminando no momento certo, o senador disse que sim. Afirmou que o relatório está passando por um “pente-fino” e que eventuais nomes e empresas podem ser incluídos e outros retirados, para que não se cometa nenhum “injustiça”.

Humberto Costa disse também que há uma proposta de criação de um observatório, depois do encerramento da CPI, para acompanhar se os órgãos competentes e os agentes que receberão os resultados do trabalho da comissão farão sua parte.

“Com esse observatório nós vamos ver se cada instituição que recebeu o relatório cumpriu com a sua parte”, afirmou.

O petista disse que os senadores também contarão com a pressão da opinião pública e da própria mídia “para que todos aqueles que receberem um relatório com a função de dar andamento assim o façam”.

DILMA EM 2022

Questionado se a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) seria candidata em 2022, o senador disse acreditar que a petista “já deu a sua contribuição” ao país.

“Ela foi muito injustiçada, tanto do ponto de vista da realização do impeachment, quanto do ponto de vista de muitos aspectos positivos do seu governo que não são reconhecidos hoje, embora eles tenham sido vários. Mas da própria parte dela, uma decisão de não se submeter mais ao escrutínio popular”, disse.

Humberto Costa afirmou que Dilma continuará contribuindo com uma “função relevante” na fundação partidária do PT.

PLANOS ALÉM DE LULA

O partido não tem planos só para a corrida presidencial em 2022. Para o senador, a presença do ex-presidente Lula (PT) na disputa já é certa. Há outro forte objetivo da sigla na disputa: aumentar a bancada no Congresso.

“Vamos trabalhar para que a nossa bancada tenha um crescimento significativo. Para que outros partidos de esquerda também cresçam significativamente e para que nós possamos sair um pouco mais dessa lógica do presidencialismo de coalizão”, disse Humberto Costa.

De acordo com o petista, em alguns casos, o sistema de coalizão, como no governo Bolsonaro, está provocando “o caos”.

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Fonte poder360
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