Desemprego alto pode persistir até 2026, diz FGV
Economista destaca que pandemia afetou principalmente trabalhadores informais de baixa escolaridade
A alta taxa de desemprego no país será um desafio em 2022 e deve persistir até o ano de 2026, segundo o economista Luiz Guilherme Schymura em carta publicada pelo FGV IBRE (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).
O economista aponta que a economia do país já estava abalada, depois da recessão de 2014-2016 e da lenta recuperação de 2019.
Eis a íntegra da carta (94 KB).
Na carta, Schymura afirma que a pandemia afetou principalmente trabalhadores informais, de baixa escolaridade e pouca instrução.
Entre fevereiro e julho de 2020, a PO (população ocupada) chegou a cair 15% e, apesar de uma recuperação gradual relativa, a PO continuava 4,4% abaixo do nível pré-pandemia até julho de 2021.
O economista ainda destaca que outra consequência da pandemia foi “a queda sem precedentes da população economicamente ativa“, que ainda se encontra com 2,8% menos do que costumava ser.
De acordo com a carta, mesmo com um crescimento “improvável” de 3,5% na economia brasileira, o desemprego ainda seria reduzido minimamente.
“Em outras palavras, quaisquer medidas que o atual governo tome para acelerar a economia no ano eleitoral terão efeito muito pequeno no desemprego“, diz Schymura.
Para os pesquisadores da FGV, a constatação de que o desemprego pode permanecer alto até 2026 tem impactos importantes para as eleições de 2022, para as políticas econômicas até lá e para o governo que assumir a partir de 2023.