Facebook aceita mudar mecanismo para proteger adolescentes, diz executivo

Vice-presidente da rede social diz que algoritmo poderá afastar jovens de “conteúdos prejudiciais”

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O vice-presidente para política e assuntos globais do Facebook, Nick Clegg, afirmou neste domingo (10.out.2021) que a empresa implementará novas medidas para afastar adolescentes de “conteúdos prejudiciais” em seus aplicativos. A empresa de Mark Zuckerberg é também dona do Instagram e do WhatsApp.

“Nossos sistemas, ao perceberem que um adolescente está vendo o mesmo conteúdo várias e várias vezes, e que é um conteúdo que pode não ser favorável ao seu bem-estar, vamos incentivá-los a olhar para outro conteúdo”, disse Clegg. “Fará uma diferença considerável”.

O executivo também afirmou que os algoritmos do Facebook podem passar a exibir menos conteúdo relacionado a política, e que os mecanismos da rede social poderão eventualmente ser acessados por reguladores.

Clegg deu uma série de entrevistas às emissoras norte-americanas ABC, NBC e CNN neste domingo (10.out.2021). Trata-se de reação a uma semana complicada para a empresa, que começou com uma pane que tirou do ar Facebook, Instagram e WhatsApp por horas na 2ª feira (4.out.2021).

O pior para a empresa veio nos dias seguintes. Foi quando a ex-gerente de produtos do Facebook Francis Haugen prestou depoimento ao Senado norte-americano e relatou práticas da rede social nocivas a crianças e adolescentes.

“Ninguém realmente entende as escolhas destrutivas feitas pelo Facebook, exceto pelo Facebook”, disse Haugen. De acordo com a ex-funcionária, essas escolhas feitas dentro da empresa são “desastrosas” para as crianças, para a privacidade da população e para a democracia.

A ex-funcionária apresentou documentos e comunicações da empresa que basearam reportagens sobre os danos das redes sociais, que vêm sendo publicadas há algumas semanas pelo jornal The Wall Street Journal. As revelações mostram, por exemplo, que o Facebook está ciente que o Instagram colabora para o desenvolvimento de problemas de imagem em adolescentes.

Para a divulgação dos documentos, Haugen pediu ajuda à Whistleblower Aid –organização sem fins lucrativos que representa pessoas que relatam potenciais ilegalidades por parte de grandes empresas ou governos– em maio deste ano. No entanto, foi só no domingo passado (3.out), durante entrevista ao programa “60 Minutes”, da emissora CBS News, que ela revelou ser a delatora do caso. Até então, a organização a chamava pelo codinome Sean.

Haugen também decidiu abrir um processo de delação na SEC (Comissão de Valores Mobiliários, na sigla em inglês) —orgão norte-americano que regula o mercado. Ela acusa a empresa de tecnologia de enganar investidores com o envio de informativos que não correspondiam com as ações internas da companhia.

No processo, a delatora também apresenta documentos que mostram o papel do Facebook na disseminação de notícias falsas depois das eleições presidenciais de 2020 e o impacto das plataformas da companhia na saúde mental de adolescentes, além da divulgação de declarações falsas ou incompletas a investidores e potenciais investidores.

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Fonte poder360
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