Eduardo Bolsonaro sai em defesa de Guedes: “Não cometeu ilegalidade”
Filho 03 do presidente disse que “já está errado” o PT acusar alguém de corrupção
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) saiu em defesa do ministro da economia, Paulo Guedes, nesta 5ª feira (7.out.2021) no plenário da Câmara dos Deputados. Na 4ª feira (6.out), a Casa convocou Guedes para dar explicações sobre offshore ativa que manteve enquanto estava no governo, inclusive com votos de partidos que apoiam o governo.
Como revelou o Poder360 em reportagem que integra a série Pandora Papers, do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês), Guedes manteve ativa a offshore Dreadnoughts International Group Limited mesmo depois de se tornar ministro da Economia, em 2019. A empresa do ministro foi aberta em 2014 e é estimada em US$ 9,5 milhões.
Para o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro, o ministro não cometeu nenhuma ilegalidade e que abriu essa empresa fora do país quando não sabia que seria parte do governo.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) saiu em defesa do ministro da economia, Paulo Guedes, nesta 5ª feira (7.out.2021) no plenário da Câmara dos Deputados. Na 4ª feira (6.out), a Casa convocou Guedes para dar explicações sobre offshore ativa que manteve enquanto estava no governo, inclusive com votos de partidos que apoiam o governo.
Como revelou o Poder360 em reportagem que integra a série Pandora Papers, do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês), Guedes manteve ativa a offshore Dreadnoughts International Group Limited mesmo depois de se tornar ministro da Economia, em 2019. A empresa do ministro foi aberta em 2014 e é estimada em US$ 9,5 milhões.
Para o filho 03 do presidente Jair Bolsonaro, o ministro não cometeu nenhuma ilegalidade e que abriu essa empresa fora do país quando não sabia que seria parte do governo.
“Offshore nada mais é que uma empresa aberta no exterior e não há crime nenhum nisso. Tanto que o ministro Paulo Guedes abriu essa empresa em 2015 durante o governo Dilma, numa época que ele seque imaginava que o Jair Bolsonaro seria eleito. E quanto mais que ele se tornaria ministro da economia.”
A defesa do governo veio 1 dia depois do plenário da Câmara aprovar a convocação do ministro para explicar o caso. Na derrota do Planalto, partidos do centrão que apoiam Jair Bolsonaro votaram pela convocação de Guedes. O placar foi de 310 a 142.
Saiba como votou cada deputado na convocação de Guedes para explicar offshore.
O deputado declarou que o ministro perde dinheiro ao trabalhar na administração pública e que, para ele, a economia está “de vento em polpa”.
“Petista quando começa a acusar alguém de corrupção, já está errado. De quem que é mesmo aquela frase? Petista, quando não está roubando está mentindo ou quando não está mentindo está roubando. Alguém disse essa frase, eu não sei quem foi, mas eu concordo com ela.”
No Brasil, o arcabouço jurídico permite a criação e manutenção de offshores desde que sejam declaradas à Receita Federal e ao Banco Central e o dinheiro tenha origem lícita. Detentores de cargos e funções públicas, no entanto, estão sujeitos a normas que impeçam o autofavorecimento. Os regulamentos estão previstos no Código de Conduta da Alta Administração Federal e na Lei de Conflito de Interesses.
Leia aqui todos os textos do Pandora Papers publicados pelo Poder360.
Segundo a defesa do ministro da Economia, Guedes deixou a administração da empresa dezembro de 2018, quando passou a ocupar função pública no governo Jair Bolsonaro. Nesta 4ª feira (6.ou.2021), enviaram à PGR (Procuradoria Geral da República) uma série de documentações que, segundo a defesa, comprovariam a alegação.
Em nota, os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso afirmam que a defesa optou por se “antecipar” a eventuais pedidos da PGR para apurar possíveis conflitos de interesse de Guedes. Também negou que o ministro tenha tido investimentos beneficiados em razão do cargo que ocupa.
Na 2ª feira (4.out.2021), o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu uma investigação preliminar sobre os investimentos no exterior do ministro e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
A série Pandora Papers é a 8ª que o Poder360 fez em parceria com o ICIJ (leia sobre as anteriores aqui). É uma contribuição do jornalismo profissional para oferecer mais transparência à sociedade. Seguiu-se nesta reportagem e nas demais já realizadas o princípio expresso na frase cunhada pelo juiz da Suprema Corte dos EUA Louis Brandeis (1856-1941), há cerca de 1 século sobre acesso a dados que têm interesse público: “A luz do Sol é o melhor desinfetante”. O Poder360 acredita que dessa forma preenche sua missão principal como empresa de jornalismo: “Aperfeiçoar a democracia ao apurar a verdade dos fatos para informar e inspirar”.
Esta reportagem integra a série Pandora Papers, do ICIJ (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, na sigla em inglês). Participaram da investigação 615 jornalistas de 149 veículos em 117 países.
No Brasil, fazem parte da apuração jornalistas do Poder360 (Fernando Rodrigues, Mario Cesar Carvalho, Guilherme Waltenberg, Tiago Mali, Nicolas Iory, Marcelo Damato e Brunno Kono); da revista Piauí (José Roberto Toledo, Ana Clara Costa, Fernanda da Escóssia e Allan de Abreu); da Agência Pública (Anna Beatriz Anjos, Alice Maciel, Yolanda Pires, Raphaela Ribeiro, Ethel Rudnitzki e Natalia Viana); e do site Metrópoles (Guilherme Amado e Lucas Marchesini).