Queiroga diz que evento adverso “não invalida” vacinação de adolescentes

Ministério da Saúde suspendeu o início da vacinação de adolescentes, marcado para 15 de setembro

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Depois de ter suspendido a vacinação contra a covid-19 em adolescentes, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu a imunização do grupo nesta 2ª feira (20.set.2021).

“Eventos adversos à vacina existem e não são motivos para se suspender campanha de vacinação ou se relativizar os benefícios”, disse a jornalistas em Nova York, onde acompanha o presidente Jair Bolsonaro, que participa da 76ª Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

A vacinação de adolescentes sem comorbidades de 12 a 17 anos foi suspensa em nota do Ministério da Saúde do dia 15 de setembro, data para qual estava marcado o início da campanha para essa faixa etária. A mudança ocorreu depois de conversa com Bolsonaro.

No mesmo dia, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) foi informada a respeito de um possível caso de reação adversa à vacina da Pfizer, a única autorizada para aplicação em jovens a partir de 12 anos no país.

Uma adolescente de 16 anos morreu no dia 2 de setembro depois de ter sido vacinada com o imunizante. No entanto, segundo análise técnica do governo de São Paulo, a morte não tem relação causal com a vacina.

Apesar da avaliação de São Paulo, Queiroga afirma que “as avaliações para o Ministério da Saúde têm que ser no âmbito do Ministério da Saúde”. Entretanto, disse que “mesmo que tenha sido um evento adverso ligado à vacina, [isso] não invalida a vacinação”.

 

 

Afirmou ainda que prioridade do governo federal era avançar na vacinação da população que tem acima de 18 anos e, sem citar exemplos, criticou gestores estaduais e municipais que adiantaram o cronograma. “A questão dos adolescentes, essa vacinação só deveria começar a partir do dia 15 de setembro, começou no final de agosto. E começaria pelos adolescentes com comorbidades”, disse.

Em diversas ocasiões, ele já criticou Estados e municípios que não seguem as orientações do PNI (Programa Nacional de Imunizações) e reclamam da falta de doses. “Não está [faltando 2ª dose]. É porque se distribui a vacina de uma forma desconforme”, disse.

De acordo com a decisão do governo federal, a vacinação está mantida para adolescentes com comorbidades, que apresentem deficiência permanente ou que estejam privados de liberdade. Eis a íntegra do comunicado (156 KB).

DOAÇÃO DE VACINAS

Questionado sobre a possibilidade de o Brasil doar vacinas para países com campanhas mais atrasadas, o ministro disse apenas que Bolsonaro fará um pronunciamento na 3ª feira (21.set) durante a Assembleia Geral da ONU, mas não confirmou se o presidente deve anunciar o programa de doações.

Afirmou ainda que o Brasil defende ampliação do acesso a vacinas, mas que essa informação será anunciada quando for acertada.

O país ainda depende da importação de IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) para produção dos imunizantes contra a covid-19. “O Brasil já detém a tecnologia de produção do IFA. Ainda não produzimos vacina com IFA nacional para ser distribuída no PNI, mas isso já está sendo feito, [os lotes] estão passando por testes biológicos para ter autorização”, disse Queiroga.

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Fonte poder360
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