China critica acordo militar de EUA, Reino Unido e Austrália: “Minou a paz”

Porta-voz das Relações Exteriores chinesas diz que parceria é irresponsável: “A China vai prestar muita atenção”

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A China considerou “extremamente irresponsável” o acordo militar entre os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália que visa intensificar operações de vigilância na região do Indo-Pacífico. A cooperação é vista como uma forma de impedir a ascensão chinesa nas arenas militar e tecnológica.

Conforme o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, o movimento “minou seriamente” a paz e a estabilidade da região, e vai contribuir para intensificação de uma corrida armamentista. Em entrevista nesta 5ª feira (16.set.2021), declarou que os chineses defendem acordos regionais para manutenção da paz e do desenvolvimento, além do incentivo à confiança mútua e cooperação entre as nações.

A parceria entre os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália –trio autointitulado AUKUS– foi anunciada nesta 5ª feira (16.set). Promoverá o compartilhamento de avançadas tecnologias para defesa militar, e facilitará a troca de informações e conhecimento sobre inteligência artificial, cibernética, sistemas subaquáticos e capacidades ofensivas a longo alcance. “Vamos defender nossos interesses no Indo-Pacífico”, disse Biden.

“Os países relevantes devem abandonar a mentalidade de soma zero desatualizada da Guerra Fria e a percepção geopolítica tacanha, respeitar a vontade do povo dos países regionais e fazer mais para contribuir para a paz, estabilidade e desenvolvimento regionais. Do contrário, eles acabarão dando um tiro no próprio pé”, disse Lijian.

 

 

O acordo prevê o apoio dos EUA e do Reino Unido para que a Austrália construa submarinos com propulsão nuclear. Segundo o porta-voz chinês, “a exportação de tecnologia de submarino nuclear de alta sensibilidade para a Austrália pelos EUA e Reino Unido prova mais uma vez que eles estão usando as exportações nucleares como uma ferramenta para o jogo geopolítico”.

Lijian também afirmou que os países vizinhos da Austrália “tem todos os motivos” para questionar se o país leva a sério o cumprimento de não proliferação nuclear. “A China vai prestar muita atenção ao desenvolvimento da situação”, disse.

EUA e Reino Unido já tinham parcerias em programas de submarinos com propulsão nuclear e compartilhavam tecnologias militares em várias classes de navios. A iniciativa de incluir a Austrália tem a ver com o aumento da capacidade no Pacífico. A Austrália enfrenta Pequim em um impasse no Mar do Sul da China, ao criticar abertamente o avanço de navios pesqueiros e militares chineses sobre territórios marítimos internacionais.

Para Lijian, “a Austrália é a culpada pelas atuais dificuldades nas relações China-Austrália”.

“É imperativo que o lado australiano enfrente o cerne dos contratempos nas relações bilaterais, pense seriamente se vê a China como um parceiro ou uma ameaça, siga seriamente o princípio de respeito mútuo e igualdade e o espírito de parceria estratégica abrangente no tratamento das relações bilaterais, e fazer mais para aumentar a confiança mútua e promover a cooperação pragmática”.

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Fonte poder360
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