Mônica Bergamo: aumenta pressão para que Mendonça desista de vaga no STF
Bolsonaro indicou o nome de ex-advogado-geral da União em julho, mas até agora ele não foi sabatinado
A pressão para que o ex-advogado-geral da União André Mendonça desista da vaga que está pleiteando no STF (Supremo Tribunal Federal) só aumenta. Segundo a colunista Monica Bergamo, do BandNews TV, a expectativa entre senadores e ministros do Supremo é de ele que tome a iniciativa de desistir de sua candidatura.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou o nome de Mendonça em julho, mas ele até agora não foi sabatinado e não há previsão de data para a sabatina e apreciação do seu nome para uma vaga no STF.
Segundo a colunista, mesmo os políticos governistas acreditam que a desistência pode ser a melhor solução, poupando o presidente do desgaste de ver o nome indicado rejeitado pelo Senado ou então de forçar uma negociação para tentar uma aprovação.
O presidente já sinalizou que não vai retirar o nome do André Mendonça do Senado, porque fez uma promessa solene a igrejas evangélicas de que iria indicar um nome de um evangélico para o cargo.
Monica Bergamo conversou na manhã desta quinta-feira (16) com integrantes do governo, que contaram que Mendonça disse que também não quer retirar a candidatura. Com isso, ele quer tentar forçar o Senado a votar seu nome para ser ministro do STF.
A resistência dos parlamentares é grande por muitas razões. Uma delas é que grande parte dos senadores não quer deixar que o presidente Jair Bolsonaro tenha mais um nome muito ligado a ele ocupando uma cadeira no STF, além do ministro Kássio Nunes.
A questão de Mendonça também ser muito evangélico e de dar declarações polêmicas é outra razão. No último fim de semana ele foi a um culto e disse que é submisso totalmente à palavra dos bispos. “Sobre a minha vida, é uma palavra com peso de autoridade de Deus na Terra”, afirmou.
Augusto Aras
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, é um nome de preferência dos senadores. Um dos motivos é ter ajudado a acabar com a operação Lava Jato.
Ao mesmo tempo, Aras é alguém em quem Bolsonaro confia e tem uma boa relação.
Assim, segundo a avaliação de Monica Bergamo, Augusto Aras é o plano B do governo federal e do Senado. O entrave é a promessa feita pelo presidente às igrejas evangélicas.
Evangélicos foram até o Palácio do Planalto na última quarta-feira (15) para pressionar Bolsonaro a manter a candidatura de Mendonça.