Para Israel, plano dos EUA de reabrir consulado em Jerusalém é ideia ruim e desestabilizadora
Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) – Israel disse nesta quarta-feira que um plano dos Estados Unidos para reabrir seu consulado em Jerusalém, tradicionalmente uma base de intercâmbio diplomático com os palestinos, é uma “ideia ruim” e pode desestabilizar o novo governo do primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett.
O governo do ex-presidente Donald Trump expressou apoio à reivindicação de Israel a Jerusalém como capital transferindo a embaixada norte-americana de Tel Aviv, e mais tarde subordinando o consulado em Jerusalém Ocidental àquela missão.
Tratou-se de uma de várias medidas que enfureceram os palestinos, que querem Jerusalém Oriental como capital do Estado pelo qual anseiam.
O presidente norte-americano, Joe Biden, promete reatar os laços com os palestinos, apoiar uma solução de dois Estados e levar adiante a reabertura do consulado fechado desde 2019 –os assuntos palestinos são tratados pela embaixada.
“Achamos que é uma ideia ruim”, disse o ministro das Relações Exteriores israelense, Yair Lapid, em uma coletiva de imprensa quando indagado sobre a reabertura. “Jerusalém é a capital soberana de Israel e só de Israel, e portanto não achamos que é uma boa ideia.”
“Sabemos que o governo (Biden) tem uma maneira diferente de ver isto, mas como está acontecendo em Israel, temos certeza de que eles estão nos ouvindo cuidadosamente.”
Wasel Abu Youssef, autoridade graduada da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), disse à Reuters que a rejeição israelense à reabertura do consulado era esperada, acrescentando: “Eles estão tentando manter o status quo e bloquear qualquer solução política.”