Explosão em aeroporto de Cabul: vítimas, Estado Islâmico e novas ameaças

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  • Explosões foram provocadas por ataques do Estado Islâmico no Afeganistão — ISKP
  • Talibã se pronunciou e condenou ataque
  • São, ao menos, 70 mortes confirmadas oficialmente

Duas grandes explosões ocorreram, nesta quinta-feira (26), na região do Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, capital do Afeganistão.

O atentado terrorista foi reinvindicado pelo grupo Estado Islâmico no Afeganistão — conhecido como Estado Islâmico Província Khorasan (ISKP, na sigla em inglês).

O Talibã, que assumiu o comando do país há duas semanas, condenou os ataques.

O número de vítimas está próximo de 70, dos quais cerca de 60 seriam cidadãos afegãos, incluindo crianças. Os arredores do aeroporto eram ocupados por milhares de famílias que buscam deixar o país desde o retorno do Talibã.

As outras 12 vítimas seriam militares dos Estados Unidos. O número de militares mortos pode representar, segundo a agência Reuters, um dos mais mortais ataques às forças dos EUA em 20 anos de guerra.

Foram duas explosões: uma na principal entrada do aeroporto, o Abbey Gate, e outra próxima ao hotel Baron, nas imediações do terminal aéreo, ainda de acordo com o Pentágono. O governo americano afirmou que podem ocorrer novos ataques na região.

Além disso, há especulações sobre os autores do ataques, principalmente porque as explosões ocorreram no mesmo dia que países ocidentais alertaram para um possível ataque terrorista no local.

Número de vítimas

De acordo com a BBC, são mais de 70 mortos ao todo nas explosões, sendo 12 militares americanos. O governo norte-americano confirmou que haviam militares vítimas e, em pronunciamento ao vivo, o presidente Joe Biden confirmou o número.

Estas são as primeiras mortes de militares dos EUA em solo afegão em um ano.

O Pentágono norte-americano fala em “ataque complexo” e confirmou pelo menos duas explosões.

Enquanto isso, o hospital de emergência afirmou no Twitter que já deram entrada ao menos 60 feridos.

A explosão foi confirmada pela primeira vez por um porta-voz do Pentágono, nos Estados Unidos. “Podemos confirmar uma explosão fora do aeroporto de Cabul. As vítimas não estão claras neste momento”, disse John Kirby. “Forneceremos detalhes adicionais quando pudermos”.

Mulher ferida no atentado a bomba no aeroporto de Cabul. Foto: AFP / Wakil KOHSAR

Previsão de atentado

A explosão ocorreu horas após Estados Unidos, Reino Unido e Austrália alertarem para o risco de um atentado “iminente” no aeroporto e pediram a seus cidadãos que abandonassem imediatamente o local devido a uma ameaça terrorista.

“As informações obtidas ao longo da semana são cada vez mais sérias e fazem referência a uma ameaça iminente e grave”, declarou mais cedo o secretário de Estado britânico das Forças Armadas, James Heappey. “É uma ameaça muito séria, muito iminente”.

Primeiras suspeitas

Por hora, os primeiros suspeitos da explosão suicida, de acordo com o jornal The Guardian, é a filiação do grupo terrorista Estado Islâmico no Afeganistão, conhecida como Estado Islâmico – Província Khorasan (ISKP, na sigla em inglês).

O conselheiro de Segurança Nacional do presidente norte-americano Joe Biden afirmou no último domingo (22) afirmou que existe uma ameaça “persistente” da ISKP contra a contínua evacuação de pessoas da capital afegã, que acontece principalmente pelo aeroporto de Cabul.

O aviso foi replicado por líderes britânicos e europeus, que também se preocupavam com as movimentações do ISKP durante a última semana.

Líderes não descartam a possibilidade de novos atentados.

Presença do Estado Islâmico

Entre as razões para não prorrogar a saída, segundo Biden, está a ameaça terrorista do grupo Estado Islâmico, que realizou ataques violentos no Paquistão e Afeganistão nos últimos anos.

“A cada dia, as operações suscitam um risco suplementar para nossas tropas”, disse o presidente norte-americano, citando a probabilidade de um atentado do Estado Islâmico em Cabul. “O inimigo número 1 dos talibãs visa o aeroporto para atacar as forças americanas e aliadas, bem como civis inocentes”.

O Estado Islâmico e o Talibã, apesar de ambos serem sunitas radicais, são rivais. O primeiro criticou o acordo de paz do segundo com os EUA, acusando os rivais de abandonarem a causa jihadista.

Aeroporto é centro de evacuação

No momento, o aeroporto internacional Hamid Karzai é a única opção para afegãos e estrangeiros que desejam sair do país. Países ocidentais realizam voos de retirada, que já resgataram quase 90 mil pessoas desde a tomada de poder pelo Talibã, em 15 de agosto. Até hoje pessoas se aglomeram nos arredores do aeroporto para tentar uma vaga em um voo.

Imagem de satélite mostra a aglomeração nos arredores do aeroporto de Cabul. Foto: AFP PHOTO / Satellite image ©2021 Maxar Technologies

O jornal The New York Times informou que ao menos 250 mil afegãos que trabalharam para os EUA ainda não foram retirados do país. No atual ritmo, não será possível retirar todos até o dia 31 deste mês.

A estimativa é baseada em relatórios que são publicados anualmente pelo Departamento de Defesa dos EUA, e analisados pela Associação dos Aliados em Tempo de Guerra (grupo que defende os afegãos que trabalharam para os EUA) e pesquisadores da American University.

Os EUA e as forças aliadas têm até terça-feira (31) para deixar o país, data que foi anunciada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, no começo de julho.

Agora, aliados pressionam o governo norte-americano para adiar a data da saída definitiva do Afeganistão, para dar mais tempo para evacuação de estrangeiros e afegãos. Biden, no entanto, negou o pedido. O grupo Talibã também já havia afirmado que não aceitaria a alteração do prazo.

 

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Fonte yahoo
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