Relatório contabiliza 160 invasões a terras indígenas em 2019
Para arcebispo, discurso de Bolsonaro incentiva ataques!
Em entrevista à TV Afiada, Sonia Guajajara falou sobre o aumento dos ataques contra terras indígenas desde a eleição de Jair Bolsonaro – principalmente crimes ambientais e invasões de grileiros e garimpeiros.
Segundo a ativista – uma das mais importantes lideranças indígenas do Brasil atualmente – as declarações do presidente Jair Bolsonaro a respeito do meio ambiente e dos povos indígenas – como os recentes ataques ao cacique Raoni ou as críticas sem fundamento às demarcações de reservas – servem como um incentivo aos ataques e garantia de impunidade.
Essa posição é compartilhada, também, por outros grupos dedicados à defesa dos direitos das populações originárias.
O CIMI – Conselho Indigenista Missionário, grupo ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – lançou na terça-feira (24/IX), em Brasília, a nova edição do relatório “Violência contra os Povos Indígenas do Brasil”.
Entre 2017 e 2018, o número de ataques a áreas indígenas cresceu de 96 para 109.
Entretanto, com a explosão da quantidade de registros desse tipo de ocorrência neste ano, o CIMI decidiu divulgar também dados preliminares: até setembro de 2019, o estudo contabilizou 160 casos de invasão em 153 terras indígenas de 19 estados.
Segundo o CIMI, as invasões agora seguem um novo padrão: os criminosos estabelecem bases dentro das próprias terras indígenas para demarcar lotes irregulares, derrubada ilegal de madeiras nobres ou abertura de pastagens e garimpos.
“Esses números mostram as consequências do discurso do presidente. Há um grande avanço das ocupações, as queimadas são um retrato disso”, disse o presidente do CIMI, d. Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho, em entrevista à Piauí.
Na última terça-feira, 1o, o presidente Bolsonaro voltou a atacar os direitos da população indígena e a defesa do meio ambiente: segundo o Jair Messias, “o interesse na Amazônia não é no índio, nem na porra da árvore, é no minério“…