Nunes Marques derruba quebra de sigilo de agência contratada pela Secom
Quebras, previamente autorizadas pela CPI da Covid, foram consideradas “precipitadas” pelo ministro
O ministro Kassio Nunes Marques, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta 2ª feira (28.jun.2021), em decisão liminar, as quebras de sigilo da Calia Comunicação, que atende à Secom (Secretaria de Comunicação) do governo federal. As quebras tinham sido autorizadas pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid.
A decisão atende a um pedido feito pela Calia Comunicação, que foi ao STF contra a decisão. A empresa entrou na mira dos senadores por ter feito a intermediação do governo Jair Bolsonaro com influenciadores digitais na campanha “Cuidado Precoce”.
A defesa da Calia afirmou, em processo protocolado no domingo (20.jun.2021), que a quebra de sigilo é medida desproporcional e diz que seus contratos com a Secom são públicos e acessíveis no Portal da Transparência. Além disso, a agência de marketing disse que a diligência pode comprometer contratos firmados com empresas privadas e que não possuem relação com as apurações da CPI.
Em resposta, Marques deferiu uma liminar “para determinar a suspensão da deliberação, havida no âmbito da assim chamada Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, que determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático da impetrante. Intime-se, com urgência, utilizando-se, para tanto, dos meios mais expeditos para a sua efetivação. Colham-se informações. Dê-se vista à PGR”, afirmou.
O requerimento da quebra do sigilo fiscal e bancário da Calia foi assinado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). O congressista afirmou que a medida ajudaria a comissão a investigar “possíveis contratos de terceirização relativos a disparos de mensagem em massa e outros fatos correlatos”.
Procurado pelo Poder360 para comentar a decisão de Nunes Marques, Vieira não retornou a reportagem.
QUEBRAS DE SIGILO
Ao todo, a CPI aprovou a quebra de sigilo de 18 pessoas e 3 empresas. Veja a lista completa:
- Filipe Martins, assessor internacional da Presidência da República;
- Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
- Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
- Zoser Hardman, ex-assessor especial do Ministério da Saúde;
- Túlio Silveira, representante da Precisa Medicamentos;
- Paolo Zanotto, médico;
- Marcellus Campêlo, ex-secretário de Saúde do Amazonas;
- Luciano Dias Azevedo, médico;
- Hélio Angotti Neto, Secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em
Saúde do Ministério da Saúde; - Francisco Ferreira Filho, Coordenador do Comitê da Crise do Amazonas;
- Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos;
- Francieli Fontana Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI);
- Flávio Werneck, ex-assessor de Relações Internacionais do Ministério da Saúde
- Antônio Elcio Franco Filho; ex-secretário Executivo do Ministério da Saúde;
- Camile Giaretta Sachetti, ex-diretora do departamento de Ciência e Tecnologia da
- Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde;
- Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde
- Alexandre Figueiredo Costa e Silva Marques, auditor do Tribunal de Contas da União (TCU);
- Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde;
- Empresa PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos
- Calya/Y2 Propaganda e Marketing
- Artplan Comunicação