Ministro Onyx parece tentar obstruir as investigações, diz Randolfe à CNN

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Em entrevista exclusiva à CNN nesta quarta-feira (23), o vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, “parece tentar obstruir as investigações” do colegiado.

“A ação do senhor Onyx, a ação do governo federal, é uma ação intimidatória. Eu quero advertir. Obstruir investigações em curso de comissões parlamentares de inquérito, sob a lei 1052, é crime, sujeito à detenção e a responder diante da lei por esse crime”, afirmou o senador.

Ao analista de política da CNN Caio Junqueira, o relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que pedirá a convocação de Onyx Lorenzoni. Randolfe afirmou também ser a favor da medida ou “do cumprimento imediato da lei”.

Pronunciamento

Randolfe afirma que o pronunciamento de Onyx e de Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, colocou pressão sobre o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e do irmão do parlamentar, servidor da pasta, que vão depor à CPI na sexta-feira (25).

O senador apontou a fala do ministro, que especulou uma possível punição ao servidor por supostamente fraudar um documento, como exemplo desse movimento.

“Essa acusação se assemelha mais a uma tentativa de obstrução das investigações”, disse Randolfe Rodrigues. O vice-presidente da comissão afirmou que a CPI também vai fazer uma auditoria em paralelo da veracidade deste documento, apesar de pontuar que mesmo que ele tenha sido retificado posteriormente “faz parte de uma história”.

O senador também criticou o fato de o governo federal ter indicado Elcio Franco para falar sobre as suspeitas a respeito da negociação da Covaxin. O ex-secretário é formalmente considerado pela CPI da Pandemia como um investigado.,

Rumos da CPI

O senador afirma à CNN que as investigações da CPI, que inicialmente visavam possíveis negligências por parte do governo, agora se voltam para tratar de uma perspectiva de se desvendarem casos de corrupção.

“Nós chegamos a um ponto em que compreendemos, a essa altura, que existia um esquema de corrupção por de trás da negativa das vacinas. Os indícios que nós temos já apontavam isso”, disse Randolfe.

O vice-presidente da CPI cita uma empresa em Singapura, “que tem sede em uma residência, que é sede de mais cinco ou seis empresas”, que teria sido incluída no circuito das negociações pela Covaxin de forma irregular.

Mais cedo, em entrevista coletiva, Onyx Lorenzoni e Elcio Franco afirmaram que a companhia é fornecedora da farmacêutica indiana Bharat Biotech e é regularmente utilizada pela empresa para negociações internacionais.