“Lázaro” dos anos 90, Leonardo Pareja desafiou polícia de Goiás
- Antes de Lázaro Souza, Leonardo Pareja desafiou a polícia de Goiás na década de 1990
- ‘Serial killer do DF’ é procurado após matar uma família e aterrorizar moradores durante a fuga
- Ele é acusado de matar quatro pessoas, balear três, invadir chácaras, fazer reféns e atear fogo em uma casa
Antes de Lázaro Barbosa, a polícia de Goiás encarou uma caça semelhante nos anos 90. Leonardo Pareja, criminoso que teve sua história contada em documentário, era habilidoso e debochado e ainda ironizava os agentes em todas as circunstâncias.
“Eu não existiria se não fosse o perigo”, dizia ele em entrevistas, segundo reportagem do site Metrópoles. Em 1996, à época com 22 anos, Pareja chegou a fazer o então presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) de refém durante uma rebelião e sequestrou a sobrinha de Antônio Carlos Magalhães na Bahia.
Diferentemente de Lázaro, Pareja era falante, sarcástico, se dizia mais inteligente que a polícia e transformava as vítimas em seus fãs. Jovem de classe média, tinha fama de namorador. Estudou inglês, espanhol, violão, piano e programação de computadores. Não há notícias de que ele tenha cometido assassinatos.
Lázaro é acusado de matar quatro pessoas, balear três, invadir chácaras, fazer reféns e atear fogo em uma casa. A PM informou que ele disparou 15 tiros contra policiais militares de Goiás em Cocalzinho.
Lázaro é condenado por um homicídio na Bahia, e também era procurado por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo no DF e em chácaras do estado de Goiás. Segundo a polícia, ele morou no Sol Nascente, no Distrito Federal, e em Águas Lindas de Goiás, no Entorno.
Em 8 março de 2018, o suspeito chegou a ser preso pelo Grupo de Investigações de Homicídios de Águas Lindas, mas fugiu do presídio quatro meses depois, no dia 23 de julho. Desde então, Lázaro estava foragido.
Família assassinada no DF
Na madrugada de quarta-feira (9), o empresário Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, e os filhos dele, Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, e Gustavo Marques Vidal, 21 foram encontrados mortos em uma chácara na região conhecida como Incra 9, em Ceilândia, no DF. A esposa de Vidal, Cleonice Marques, 43, foi sequestrada e seu corpo só foi encontrado na tarde de sábado, em um córrego próximo a Sol Nascente, na Ceilândia.
Na quinta-feira, Lázaro Souza também teria entrado armado em uma residência que fica a 3 km de distância da chácara onde cometera os três assassinatos. A proprietária da chácara e o caseiro estiveram sob a mira do criminoso por mais de três horas. No local, obrigou os reféns a fumarem maconha, e fugiu levando mais de R$ 200 reais, celulares, jaqueta e carregador de celular.
Fuga para Goiás
Na sexta, o homem faz mais um refém e rouba um carro em Ceilândia, no DF, e vai para a cidade de Cocalzinho (GO), onde incendeia o veículo. Segundo investigações, lá ele teria contado com a ajuda de um comparsa.
Lázaro entrou na fazenda de Cocalzinho, a cerca de 110 km da Capital Federal na tarde de sábado, segundo nota divulgada pela PM do DF. O local pertencia à família de um soldado da PM de Brasília.
Em 17 de maio deste ano, segundo a polícia, ele fez uma família refém na mesma região onde houve o triplo homicídio, também ameaçando as vítimas com faca e arma de fogo. Nesse crime, ele mandou as pessoas ficarem nuas e, das 19h até meia-noite, ele prendeu os homens no quarto e as mulheres “ficaram servindo jantar para ele”, segundo a Polícia Civil.