Pabllo Vittar sabe que o Brasil é o mercado mais receptivo ao ‘batidão tropical’ do quarto álbum da artista
♪ ANÁLISE – Enquanto Anitta mira o mercado pop dos Estados Unidos com o ainda inédito quinto álbum da artista, Girl from Rio, Pabllo Vittar se volta para as pistas do Brasil.
Como a batida forrozeira da música Ama sofre chora (Arthur Marques, Maffalda, Pablo Bispo, Rodrigo Gorky e Zebu, 2021) já havia sinalizado no single lançado em 6 de maio, o quarto álbum da cantora terá sotaque mais brasileiro, ainda que com referências do pop internacional.
Anunciada pelo produtor musical Rodrigo Gorky em entrevista à repórter Gabriela Sarmento, do G1, a guinada nacionalista de Pabllo já está impressa no título, Batidão tropical, do álbum de músicas inéditas que a artista lança às 21h de 24 de junho.
A estratégia soa sagaz, inteligente. Por mais que nomes como Anitta e a própria Pabllo Vittar venham fazendo conexões no mercado internacional, construir uma carreira sólida fora do Brasil exige tempo, paciência e, sobretudo, desapego do sucesso conquistado em território nacional.
Deixar o mercado brasileiro em segundo plano para priorizar o público externo envolve o risco de o artista perder o terreno já conquistado – mas que exige zelo contínuo para que essa conquista seja preservada – sem ter a garantia de que será efetivamente bem-sucedido fora do Brasil.
Anitta quer correr esse risco, sinalizado pelo fato de o single Girl from Rio ter alcançado repercussão bem maior no Brasil do que nos Estados Unidos.
Ao que parece, Pabllo Vittar sabe que o mercado mais receptivo ao batidão tropical é mesmo o do Brasil – até mesmo pela barreira da língua, já que, para conquistar o universo pop em escala planetária, é preciso abandonar o português para cantar em espanhol e, sobretudo, em inglês.
Ao anunciar o álbum Batidão tropical, expondo nas redes sociais a capa e a data de lançamento do disco, a artista reconhece a força e a importância desse mercado pop brasileiro para a manutenção do sucesso que alcançou há quatro anos com o álbum Vai passar mal (2017).