CPI perdeu ‘autoridade moral’ com depoimento de Witzel, diz Girão

Ex-governador do Rio de Janeiro deixou a sessão, nesta quarta-feira (16), após discutir com o senador Jorginho Mello (PL-SC)

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Em entrevista à CNN, nesta quarta-feira (16), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) falou sobre a participação do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, na CPI da Pandemia, e afirmou que a comissão “perdeu a autoridade moral”. Girão referiu-se ao depoimento de Witzel nesta quarta-feira, que deixou a sessão após discutir com senador Jorginho Melo (PL-SC), da ala governista.

“O que vivenciamos hoje foi um escárnio, se tinha alguma autoridade moral essa CPI ainda, perdeu hoje. O Witzel me deixou falando sozinho, muitas perguntas que tinha preparado e passado a noite toda estudando”, afirmou Girão.

Após cerca de cinco horas de depoimento, Wilson Witzel, comunicou o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), que deixaria a sessão. Witzel estava amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que previa que o ex-governador do Rio pudesse ficar calado, não precisasse assumir o compromisso de dizer a verdade, e pudesse ser acompanhado por um advogado.

O senador Eduardo Girão, que é titular da CPI da Pandemia, criticou também a conduta do relator Renan Calheiros (MDB-AL) ao direcionar-se ao ex-governador Wilson Witzel.

“A gente viu hoje o jogo combinado que foi, porque o governador Wilson Witzel passou lá horas respondendo às perguntas do relator; que parecia uma jogada ensaiado, com muita cordialidade, deixando ele falar à vontade. E na hora de fazer as perguntas dos desvios de vebas públicas na época da pandemia, que não é apenas corrupção é assassinato, ele simplesmente parou de falar e foi embora. Quando interessa ao relator e ao presidente da CPI o que o depoente está falando, o que eles querem ouvir, tá tudo bem”, disse Girão.

À CNN, o senador destacou ainda que a CPI da Pandemia poderia ter um papel mais incisivo na investigação de corrupção, a exemplo de oitivas ocorridas anteriormente.

“As pessoas estão vendo o que está acontecendo nessa CPI, é uma pena, a gente poderia fazer um trabalho importante, tanto de eventuais  omissões e ações do governo federal, como também de estados e municípios; mas a corrupção definitivamente não é a pegada dessa CPI. Diferente do mensalão, diferente do petrolão, que também prestaram um grande serviço ao povo brasileiro desmontando um esquema de corrupção no Brasil”, afirmou o senador.

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Fonte cnnbrasil
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