Em entrevista à CNN, Barack Obama fala sobre Trump e a questão racial nos EUA

Ex-presidente americano diz como é difícil combater o racismo e que não esperava ações que aconteceram após a ascensão do partido Republicano

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O ex-presidente americano Barack Obama falou com exclusividade à CNN sobre a ascensão do partido Republicano de Donald Trump e a questão racial nos Estados Unidos.

O balanço de Obama sobre o que ocorreu com o partido Republicano é de que, “no começo, foi algo do tipo: ‘não se preocupe, isso não vai dar em nada, só vamos deixar o Trump e os outros desabafarem’ e, de repente, temos uma boa parte do congresso eleito acreditando na mentira que houve problema nas eleições”.

“Ninguém se levantou e disse ‘pare, chega, isso não é verdade’. Bom, não vou dizer ninguém. Alguns foram muito corajosos e fizeram sua parte. O que eu não esperava é que tão poucos diriam que não se importam se não forem reeleitos, pois o que está acontecendo é muito importante. Os Estados Unidos são muito importantes. Nossa democracia é muito importante”, continua o ex-presidente.

A questão racial é um ponto delicado que Obama diz ter tentado combater.  “Olhe para os discursos que fiz em Selma. Ou o da campanha sobre o reverendo Wright e todo aquele caso. A cada vez, eu tentei descrever por que nós ainda não fizemos as pazes com a nossa história. Mas o fato é que é algo difícil de ouvir”, acredita.

Segundo Obama, “é difícil para a maioria branca americana reconhecer que é possível ter orgulho desse país, suas tradições e sua história, dos nossos fundadores, e também é verdade que esse fato terrível aconteceu. E os vestígios permanecem. Quando tento contar a história, meus opositores políticos não só bloqueiam essa história como tentam revertê-la para seu próprio ganho político”, afirma o ex-presidente.

“Mas acho também que há certas mídias da direita, por exemplo, que ganham dinheiro ao estimular o medo e o ressentimento de uma população branca que está vendo uma mudança no país, uma mudança demográfica, e faz tudo que pode para passar essa sensação de que o modo de vida delas está ameaçado, que estão tentando tirar vantagem delas”.

Assista acima à entrevista completa.

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Fonte cnnbrasil
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