Israel diz que Hamas escondia sistema de bloqueio em prédio de imprensa destruído em Gaza
Israel afirmou nesta terça-feira (8) que o movimento islâmico Hamas estava escondendo um sistema usado para interferir nas defesas aéreas no prédio em Gaza que abrigava a mídia internacional e que foi destruído pelo Exército israelense.
O embaixador de Israel nos Estados Unidos, Gilad Erdan, deu a explicação mais detalhada até o momento sobre a decisão de atacar a torre quando se reuniu em Nova York com dirigentes da agência de notícias Associated Press, que teve seus escritórios naquele prédio pulverizados em 15 de maio, durante o conflito entre Israel e Hamas.
“A unidade estava desenvolvendo um sistema de bloqueio eletrônico para ser usado contra o sistema de defesa ‘Iron Dome’”, disse Erdan, referindo-se ao escudo antimísseis que intercepta foguetes do Hamas.
Ele elogiou o papel da Associated Press e disse não imaginar que os funcionários da AP estivessem cientes do suposto uso do prédio pelo Hamas.
“Israel fez todo o possível para garantir que nenhum funcionário ou civil fosse ferido durante esta importante operação”, disse ele em um comunicado divulgado um dia após sua reunião com executivos da AP.
“Ao contrário, o Hamas é uma organização terrorista genocida que não se preocupa com a imprensa. Coloca propositalmente sua máquina terrorista em áreas civis, inclusive em escritórios usados pela mídia internacional”, disse.
Erdan garantiu que Israel está “disposto a ajudar” a Associated Press a reconstruir seu escritório em Gaza, controlado pelo Hamas.
A AP e grupos internacionais de defesa dos direitos de mídia pediram anteriormente uma investigação independente sobre as alegações de que o prédio da Torre de Jala era usado pelo Hamas.
O ataque aéreo também destruiu o escritório da Al Jazeera, a rede de televisão sediada no Catar que frequentemente irrita Israel e os países árabes com sua cobertura.
O ataque ocorreu durante uma escalada militar de 10 a 21 de maio, na qual o Hamas disparou foguetes contra Israel em resposta ao que considerou uma provocação em Jerusalém contra a população palestina.
Os ataques israelenses mataram 260 palestinos, incluindo 66 crianças e alguns combatentes, e feriram mais de 1.900 pessoas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.