Lei Seca: Em Palmas 24% das mortes no trânsito envolvem álcool e direção
A Lei Seca completa 10 anos nesta terça-feira (19). Ao longo desse período, as penalidades ficaram mais rigorosas, mas mesmo assim, o álcool é uma das principais causas de acidentes no trânsito. No ano passado, foram registradas 40 mortes em Palmas. Deste total, 24% envolvem a combinação álcool e direção. Os dados são do projeto Vida no Trânsito, da prefeitura da capital.
Esse ano, de 1º de janeiro a 22 de maio, já foram 22 mortes. Para a coordenadora do projeto, Marta Malheiros, o que precisa mudar é a consciência do motorista.
“O que a gente vê é que as pessoas não mudaram a cultura. Elas mudam o comportamento ao saber que vai ter uma operação de blitz, uma operação de fiscalização. A mudança de cultura mesmo leva um tempo maior e a gente não sente que elas já incorporaram isso na rotina delas”, argumentou.
Em cada canto da cidade tem alguém que perdeu um conhecido ou um parente no trânsito. “Eu tive um amigo que faleceu no HGP devido à bebida. Ele sofreu um acidente de moto em Itacajá. Um jovem que tinha tudo pela frente, mas ele não soube aproveitar devido a bebida alcoólica e direção”, relatou o enfermeiro Murilo Duarte.
A imprudência, aliada ao consumo de bebida alcóolica, põe em risco não só a vida dos motoristas. Em maio deste ano, Deusiano Santana, de 57 anos, perdeu o controle da direção, derrubou parte de um muro e atropelou cinco atletas na zona rural de Palmas. O teste do bafômetro apontou 0,65 miligramas de álcool, sendo que o máximo tolerado é 0,05. Em um vídeo gravado na delegacia, ele confessou que havia bebido.
Em novembro do ano passado, o médico Pedro Caldas, de 40 anos, foi atropelado enquanto treinava pra competições na TO-050, em Palmas. A motorista Iolanda Costa Fregonesi não apresentou carteira de habilitação, se negou a fazer o teste do bafômetro e teve os bens bloqueados para pagar futuras indenizações. O médico morreu um mês depois do acidente.
Para Marta, o número de acidentes pode diminuir, caso o motorista faça a opção por outros meios de transporte. “Hoje a gente tem outros meios de transporte no município que podem voltar para casa, a carona, o amigo da vez. São várias estratégias que podem ser utilizadas para a pessoa não beber e dirigir”.