Os primeiros 100 dias de Biden: Covid-19, empregos, política externa, imigração e armas
WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chegará aos 100 dias no cargo na sexta-feira, 30 de abril.
Avaliar o desempenho de um presidente depois de 100 dias é uma tradição política norte-americana que historiadores dizem ter começado no primeiro mandato de Franklin Roosevelt em 1933, quando ele acionou rapidamente uma série de medidas para se contrapor à Grande Depressão.
A seguir, algumas das principais iniciativas dos 100 primeiros dias de Biden e como ele se saiu até agora.
REAÇÃO À COVID-19
A principal promessa de Biden quanto à reação à Covid-19 foi vacinar 100 milhões de norte-americanos em seus 100 primeiros dias de governo. Cerca de 290 milhões de doses já foram distribuídas, mais de 230 milhões administradas e cerca de 96 milhões de cidadãos estão totalmente vacinados, 29% da população.
A campanha de vacinação de Biden capitalizou esforços iniciados por seu antecessor, Donald Trump, para fabricar e distribuir as vacinas, mas ele acrescentou locais de vacinação em massa e mobilizou agências do governo para ajudarem no trabalho de distribuição.
EMPREGOS E A ECONOMIA
Biden dedicou a maior parte de suas primeiras semanas à aprovação de um projeto de lei de estímulo de 1,9 trilhão de dólares para limitar as consequências econômicas da pandemia.
O Plano Americano de Resgate, aprovado mesmo com a oposição dos republicanos, cumpriu a principal promessa econômica feita por Biden na campanha: cheques para os norte-americanos.
Impulsionado pelo plano de estímulo para famílias e negócios e também pela distribuição contínua das vacinas, o crescimento econômico deve passar de 7% neste ano, o mais veloz desde 1984. Ele viria na esteira da contração de 3,5% do ano passado, o pior desempenho em 74 anos. Quase um milhão de empregos foram criados em março, mais do que os 379 mil de fevereiro.
POLÍTICA EXTERNA
Biden se mostra inesperadamente duro na política externa no que diz respeito aos principais desafiadores dos EUA. Ele impôs sanções à Rússia em reação à interferência de Moscou nas eleições de 2020 e a um ataque cibernético maciço atribuído à Rússia e classificou o presidente Vladimir Putin como um “assassino”.
Ele manteve as sanções da era Trump ao Irã e se recusou a suspendê-las como condição para Teerã se envolver em negociações diretas sobre seu programa nuclear. Biden também manteve as tarifas comerciais impostas à China, permitiu que diplomatas dos EUA visitassem Taiwan e aumentou a pressão sobre Pequim devido à sua repressão aos ativistas democráticos de Hong Kong.
IMIGRAÇÃO
Biden reverteu rapidamente algumas das políticas imigratórias rígidas de Trump, mas tem dificuldade de conter um aumento expressivo de imigrantes na fronteira com o México. Ele suspendeu a maior parte da construção do muro de fronteira de Trump e reverteu a proibição adotada pelo ex-presidente à entrada de pessoas de 13 países africano e de maioria muçulmana pouco depois de tomar posse.
O presidente ainda prometeu aumentar o número de refugiados acolhidos no país, mas depois recuou e manteve o teto historicamente baixo de Trump para este ano
ARMAS E POLICIAMENTO
Os massacres a tiros nos EUA, que diminuíram durante os lockdowns de coronavírus, voltaram a aumentar em 2021, o que mostra quão pouco poder imediato Biden tem como presidente para mudar a cultura permissiva de porte de armas do país, mas ele fez eventos de campanha com vítimas da violência armada prometendo ação.
Ele também pediu mudanças legais abrangentes, incluindo a proibição de armas de assalto de estilo militar e pentes de munição de grande capacidade, mas tais medidas precisariam ser aprovadas no Congresso.
Ele não cumpriu a promessa de encomendar relatórios sobre as reformas de supervisão de armas do Departamento de Justiça ou sobre as falhas do programa de verificação de antecedentes.
(Por Steve Holland, Trevor Hunnicutt, Howard Schneider, Nandita Bose, Jarrett Renshaw, Ted Hesson, Mica Rosenberg)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5047 2984)) REUTERS CMO