Ministro da Cidadania lamenta R$ 250 do auxílio emergencial e quer reformulação do Bolsa Família em 2021
João Roma (Republicanos-BA) participou do programa ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira, 26, e comentou sobre os programas de assistência social do governo
Bolsa Família e auxílio emergencial foram principais da entrevista do ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA), no ‘Direto ao Ponto’ desta segunda-feira, 26. No cargo desde fevereiro de 2021, o deputado comentou que um de seus projetos para 2021 é lançar uma reformulação do programa Bolsa Família. “Tenho conversado com o Ministério da Economia e já temos um desenho de por onde seguir, mas ainda preciso validar isso com o presidente. O auxílio emergencial gera uma economia que possibilitaria recursos para reforçar o Bolsa Família nos últimos cinco meses do ano, mas quando se faz isso você entra em um sistema de permanência, então aí o problema são as fontes de recursos para o futuro, para os próximos anos. Está bem claro que investir na área de assistência social gera um efeito positivo para o país, até mesmo no sentido econômico”, explicou.
Questionado sobre quais seriam as diferenças do Bolsa Família do governo Bolsonaro para o do governo do PT, João ressaltou que não é mais um programa que ‘busca voto’ da população mais pobre e trabalha com transparência. “Hoje tem um programa estruturado e tecnologias que identificam as pessoas que precisam e não simplesmente critérios subjetivos para agradar algum chefe político. O que se busca agora nesse momento de reformulação é o somatório que essas políticas públicas possam estar mais claras e que a percepção do cidadão consiga atingir o princípio daquela política pública. O estado quer que ele progrida e se emancipe”, disse o ministro.
No caminho da assistência social durante a pandemia, João Roma também falou sobre o auxílio emergencial e seus novos valores de R$ 250 a partir de abril. “É pouco esse recurso, mas faz toda a diferença para a família que não tem o que comer em casa. Não é o pretendido, mas é um alento. Ninguém vai trocar um emprego por um auxílio, no emprego você tem um salário mínimo e os benefícios e o auxílio não consegue suplementar essas ofertas e aí está a importância de continuarmos com a economia girando. Quando se fala de auxílio emergencial tem que falar de fontes de recursos, e se não consegue essas fontes você faz os mais pobres sofrerem ainda mais”, comentou. O ministro admitiu que houve um erro na suspensão do benefício nos primeiros três meses do ano, mas por entender que a Covid-19 estava ‘refluindo’ e que no momento que as coisas apertaram, o governo retomou com os pagamentos.
Sobre uma possível prorrogação do auxílio, João Roma disse que é possível. “Para a ampliação é preciso apontar novas fontes de recursos e precisa de autorização do Congresso Nacional. Até o momento o governo está preparado para a reestruturação do Bolsa Família e que não abrange as 44 milhões de famílias do auxílio, então precisamos encontrar um meio termo para essa saída do auxílio emergencial”, comentou, mas sem dizer o que de fato poderia ser feito.
É hora para a CPI da Covid-19?
A CPI da Covid-19 terá início nesta terça-feira, 27, no Congresso e tem sido a principal pauta da semana. Questionado sobre o que achava da decisão, o ministro respondeu ser contra uma instauração de CPI neste momento porque pode dificultar o serviço de gestores em municípios. 19 “Acho que a motivação dela é múltipla. O Congresso é formado por muitos partidos e agrupamentos políticos. Sinceramente eu vejo muito inoportuno porque quando você tem gestores públicos tendo que tomar decisões arriscadas para atingir a eficácia dessas ações para aquela população, e nesse momento você puxar CPI, você pode gerar um série de amarras para gestores públicos, criando maiores dificuldades para as pessoas”, ressaltou.