Bolsonaro deve defender fim do desmatamento na Cúpula do Clima
Reunião de líderes será primeiro encontro do chefe do executivo brasileiro com o presidente americano, Joe Biden
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participa nessa quinta-feira (22) da primeira sessão da Cúpula de Líderes sobre o Clima, organizado pelo presidente norte-americano, Joe Biden. O encontro acontece às 9h (horário de Brasília). No discurso, o chefe do executivo vai reafirmar os compromissos assumidos em carta enviada a Biden, em especial, o fim do desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.
O evento mundial vai marcar o retorno dos Estados Unidos à primeira linha do combate às mudanças climáticas, depois de o governo de Donald Trump abandonar o Acordo de Paris sobre o clima. Será também o primeiro encontro de Bolsonaro com Biden.
A reunião acontece em meio a pressões internas e externas sobre a política ambiental brasileira e protestos contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na internet. ONGs e artistas pedem que os EUA não repassem recursos ao Brasil se o país não se comprometer com a questão climática.
No discurso, no entanto, é esperado que o governo brasileiro endosse a visão de Salles, que diz esperar pagamentos antecipados de US$ 1 bilhão para que o Brasil se comprometa a reduzir entre 30% e 40% o desmatamento na Amazônia nos próximos doze meses.
Biden e a vice-presidente Kamala Harris, abrirão a sessão inaugural da Cúpula. Os líderes norte-americanos enfatizarão a necessidade urgente de as principais economias do mundo “fortalecerem sua ambição climática até a COP 26 para manter a meta de limitar o aquecimento a 1,5 graus Celsius”.
Na sequência, será a oportunidade para os demais líderes destacarem os desafios relacionados ao clima que seus países enfrentam e os esforços na área e o anúncio de novas ações.
Participam da reunião 40 mandatários, como Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França), Angela Merkel (Alemanha), Boris Johnson (Reino Unido) e Vladimir Putin (Rússia), entre outros.
Em carta enviada ao presidente dos Estados Unidos no último dia 15, Bolsonaro admitiu a alta de desmatamento na Amazônia e prometeu eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030.
“Salientar essas medidas e resultados não é, para meu governo, um expediente superficial para escusarmo-nos de fazer mais e melhor. A ação do Estado e da sociedade precisam aperfeiçoar-se. Reconheço, por exemplo, que temos diante de nós um desafio de monta, com o aumento das taxas de desmatamento na Amazônia, que se vem verificando desde 2012”, afirmou Bolsonaro.
“Queremos reafirmar nesse ato, em inequívoco apoio aos esforços empreendidos por V. Excelência, o nosso compromisso em eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030”, acrescentou.
O desmatamento na floresta amazônica brasileira atingiu um pico de 12 anos em 2020, mostraram dados oficiais do governo divulgados pelo Prodes, sistema de cobertura de satélite que dá a estimativa oficial de desmatamento do país.