Se economia crescer 3%, Brasil terá superávit, diz Guedes
Durante a conversa, Guedes também voltou a criticar o aumento de impostos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que um crescimento de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) este ano seria o suficiente para interromper o ciclo de sete anos de rombo fiscal nas contas públicas.
“Não sabemos qual o equilíbrio do déficit estrutural. Se o Brasil crescer 3%, provavelmente não é um déficit mais, será um superávit de 1%”, disse em evento virtual do Itaú, nesta terça-feira (6).
O raciocínio do ministro é com base na alta em torno de 1% nos últimos três anos antes da pandemia, com o déficit primário representando 1,3% do PIB em 2019.
Durante a conversa, Guedes também voltou a criticar o aumento de impostos. “Faremos reformas estruturais dessa tributação, reduziremos tributação corporativa, não importa se os Estados Unidos estão no caminho contrário”, reforçou.
Do auxílio para o Renda Brasil
Guedes também retomou a ideia de aterrissar os beneficiários da nova rodada do auxílio emergencial em um novo programa de assistência social, o Renda Brasil.
“Está pronto há meses, mas, como eu sempre digo, a política tem o timing de tudo. Politicamente, não foi considerado apropriado à época. Se estamos em uma emergência, com muito barulho e ainda não entendemos aterrissagem dessa pandemia, vamos continuar trabalhando com o mesmo programa emergencial da pandemia”, ponderou.
Segundo ele, o Renda Brasil vai focar mais em pessoas de baixa renda, com transferência de recursos sustentáveis. “Daqui três, quatro ou seis meses, o ministro João Roma (Cidadania) vai trabalhar nisso com base no que desenhamos. Claro que ele pode adicionar ou substituir pontos, mas o programa já é considerado muito importante e achamos que devemos aterrissar nossos programas nisso”, completou.
“IR negativo”
Além do novo programa de assistência social, o ministro também retomou a ideia do bônus por inclusão produtiva. O programa seria uma forma de inserir os chamados informais no mercado de trabalho formal. A depender da renda do trabalhador, o mesmo não só deixaria de pagar o Imposto de Renda, como receberia uma quantia do governo.
“Assistência social para aqueles que não conseguem arrumar um emprego ou trabalhar. Boa parte dos informais conseguem. Então, vai ser uma espécie de: arranje um emprego, nós vamos ajudá-lo e podemos até te pagar um ‘Imposto de Renda negativo'”, disse.
De acordo com o ministro, assim como o programa emergencial de manutenção do emprego por meio de acordos de redução de jornada e salário (BEM), o bônus de inclusão produtiva também está a caminho. “O mercado informal estará funcionando com esse tipo de programa em breve”. Já o BEM, deve ser reeditado “a qualquer momento”, afirmou.