‘Presidente pode e deve ligar para o mundo pedindo socorro’, diz Flávio Dino
Governador do Maranhão falou à CNN sobre a situação caótica da pandemia e cobrou ações efetivas do governo federal
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), afirmou nesta quinta-feira (18), em entrevista à CNN, que os governadores tentam atuar para conter o avanço da pandemia de Covid-19 no país, mas precisam que o governo federal tome atitudes efetivas e que não estão ao alcance deles para que o sistema de saúde brasileiro não colapse de vez. Para Dino, Jair Bolsonaro (sem partido) deveria, por exemplo, ligar para seus pares no mundo e pedir socorro.
“O que nós podemos fazer temos feito. Há situações em que os governadores não têm poder legal, jurídico. O Maranhão não tem embaixada na Alemanha ou nos Estados Unidos, o Brasil tem. Se eu pegar o telefone e ligar para a primeira-ministra Angela Merkel, não terei êxito, quero crer que o presidente pode e deve ligar a seus pares no mundo pedindo socorro”, disse Dino
“Os governadores entregaram um documento ao presidente pedindo que ele realize importações emergenciais de anestésicos para evitar mais esse colapso. Só é possível resolver isso com atuação do governo federal junto a outros países e a empresas estrangeiras, além da indústria nacional”
Flávio Dino, governador do Maranhão
Além de pedir ajuda do governo federal, Dino afirmou que falta apoio para manter distanciamento social em todo o país e criticou o posicionamento do presidente.
“Fazemos medidas restritivas, sempre sendo atacados pelo presidente, que alavanca uma parte da sociedade contra os governadores e prefeitos. Estamos em uma situação caótica, às vezes de total desesperança”, disse o governador maranhense.
Dino disse ainda que a desorganização é o principal inimigo do governo. “É muito difícil nessa desorganização haver um entendimento. Essa situação dos insumos vem há meses, desde o ano passado. Nós nunca nos negamos ao diálogo e vamos continuar nesse caminho.”
“Se alguém quer derrubar o governo é o próprio presidente, que não consegue organizar minimamente sua equipe para enfrentar uma situação dessa”
Flávio Dino, governador do Maranhão