Major Olímpio: Covid vitima ex-amigo de Bolsonaro

Senador foi aliado de campanha importante e fiel ao hoje presidente, mas rompeu com Bolsonaro, após pressão política para retirada de assinatura de CPI. É o segundo do núcleo duro de 2019 a falecer

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A Covid-19 fez nesta quinta-feira mais uma vítima improvável: um policial militar que fez fama entre seus pares pela força física e excelente forma, condição que também o destacava entre os 81 senadores. Com mais de 1,80 e 100 quilos, passos lentos e discursos aos gritos, Major Olímpio estreou o mandato de oito anos como um dos homens mais próximos do presidente recém-eleito. Havia estado ao lado de Bolsonaro nos momentos mais difíceis da campanha, e relatou com riqueza de detalhes o nervosismo pré-debates eleitorais: o candidato se recusava a se preparar para a ocasião que poderia lhe custar as chances de vencer.

A amizade baseada em afinidades ideológicas e de farda não resistiu aos primeiros meses de mandato presidencial. OIímpio deixou de ser recebido no Planalto com a frequência que esperava. Sua voz de trovão passou a destoar da dos ministros palacianos, que tinham outros planos para o presidente eleito. As relações internas no partido PSL também se deterioravam rapidamente. E Major Olímpio se refugiou na tribuna do senado. Buscou novos pares entre os senadores que desejavam se destacar da massa num momento de transição política. Com eles, formou o grupo Muda Senado. E este passo esteve na origem de sua ruptura com o amigo que ajudou a levar ao Planalto.

Segundo relato do próprio Olímpio, o colega Flávio Bolsonaro, filho do presidente, o procurou para que retirasse a assinatura de apoio para a criação da CPI da Lava Toga, que pretendia investigar ministros do STF e tinha potencial explosivo para o Planalto e para o próprio senador carioca. Olímpio teria se irritado com o colega e telefonado para o presidente, numa conversa que terminou em bate-boca exaltado. A partir de então, os amigos e políticos romperam relações.

Bolsonaro perde hoje o segundo homem de seu quartel general da campanha. O primeiro foi Gustavo Bebiano, falecido em março de 2020, também depois de romper com o presidente. Na verdade, já havia perdido ambos muito antes.

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Fonte r7
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