Conheça o projeto social que muda vidas no Amazonas
A realidade das mulheres da região do Careiro, no Amazonas, começou a mudar com a chegada da Teçume – projeto social criado pela ONG Casa do Rio. Da condição de dependência financeira e muitas vezes vítimas de violência doméstica, elas passaram a ser empreendedoras.
Thiago Cavalli, fundador da organização, dava aula para jovens da comunidade e vislumbrou a possibilidade de comercializar o artesanato local. “Foi uma quebra de paradigma, a prova de que é possível transformar a vida das pessoas através de uma intervenção cultural e socioeconômica”, explica.
O processo de profissionalização das artesãs inclui alfabetização, gestão e educação financeira, aulas e workshops sobre produto, acabamento e padronização.
Com o apoio da Brazil Foundation, há quatro anos Thiago levou nomes de peso para montar um grupo de dez artesãs do Careiro. A estilista Luly Vianna se apaixonou tanto pela ideia que virou mentora do projeto.
Suas peças de palha branca, folha de bananeira e cipó-titica e ambé, ricas em herança cultural e produzidas pela Teçume, rapidamemte se tornaram hit entre fashionistas descoladas.
Outras grandes marcas brasileiras também mergulharam de cabeça na iniciativa. Em outubro do ano passado, Cris Barros criou um trio de pulseiras com fibra de tucum, sementes da planta lágrimas-de-nossa-senhora e pérolas de rio doce; a FIT desenvolveu uma bolsa de cipó-ambé; e Yael Sonia, joias de pedras envoltas em cipó.
“A inserção da Teçume no circuito da moda trouxe um novo olhar sobre o artesanato”, conta Luly.
O momento mais digital da ONG completa o ciclo de produção e venda, que agora é todo encabeçado e gerido pelas próprias mulheres – da extração consciente do cipó à comercialização do produto. Rita, Branca, Val, Maria e Francisca, algumas das talentosas artesãs, estão ainda mais fortes, unidas e empoderadas.