Diretor da Aneel propõe fundo para conter tarifas e endossa fala de Bolsonaro

Sugere grupo de estudos na agência Fala do presidente foi “natural”, diz

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O diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) Efrain Cruz disse nesta 3ª feira (23.fev.2021) que é “natural” que o presidente Jair Bolsonaro questione as tarifas cobradas para fornecimento de energia elétrica. A declaração foi uma reação às falas de Bolsonaro indicando que pode interferir no setor.

“É natural que, quando ele escuta que fala-se em tarifas acima de 13%, 14%, ele diga que o Brasil precisa agir. E ele vai agir. É natural que a gente escute isso e tem que ser assim”afirmou durante reunião da diretoria da agência.

No sábado (20.fev), Bolsonaro afirmou“Assim como querem nos derrubar na pandemia pela economia –fechando tudo– agora resolveram atacar na energia. Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema”. O presidente não detalhou quais medidas poderia adotar.

A fala desagradou investidores da Eletrobras, o que se refletiu na queda do valor das ações da companhia na 2ª feira (22.fev). Isso porque depois de anunciar mudanças na Petrobras, Bolsonaro anunciou a demissão do presidente da petroleira.

Segundo Efrain, a agência reguladora –que é responsável pela fiscalização e definição de tarifas no setor elétrico– precisa propor soluções para esses aumentos. Ele sugeriu a criação de um fundo para estabilização de tarifas de energia elétrica.

“Quando nós temos leilões de concessões que geram divisas, por que isso não vai para o setor elétrico? Quando nós leiloamos as usinas em final de concessão, por que isso não vai para um fundo de estabilização para conter as escaladas das tarifas?”, disse ao propor a criação de um grupo de estudos na Aneel sobre o assunto. Entre as opções de financiamento citou royalties ou receitas vindas dos leilões de concessões.

De acordo com o diretor, um dos motivos do aumento das tarifas tem sido a alta do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado). O indicador é usado no cálculo de parte das cobranças e acumulou nos últimos 12 meses alta de 25,7%, segundo o dado mais recente (janeiro).

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Fonte poder360
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