Lula: “A Globo era quem amamentava esses meninos da Lava Jato”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu duro na Rede Globo e seu papel na cobertura da Operação Lava Jato. Após afirmar que os “meninos da Lava Jato agiam como uma quadrilha”, o ex-presidente afirmou, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, que o ex-juiz foi um “ídolo de barro que a Globo criou”.
“(Moro) foi arquitetura de comunicação”, disse Lula. “E que fique registrado que a Rede Globo era quem amamentava esses meninos da Lava Jato”, continuou. Para a Rede Globo, se Moro “tivesse que competir com Jesus Cristo, ganhava”, ironizou.
“Está mais para Judas do que para Cristo. Ninguém pode falsificar acusações, orientar procuradores. Moro tem que ser execrado do Judiciário”, acrescentou o ex-presidente.
Lula fala sobre eventual candidatura
O ex-presidente disse que estará à disposição para ser candidato ao Planalto em 2022, se for necessário para derrotar o bolsonarismo. “Não sei se vou ser candidato. Isso depende do contexto político, do partido, da sociedade. Eu sem dúvida estarei à disposição se for pra derrotar o Bolsonaro. Mas acho que temos que discutir o Brasil e depois discutimos candidatura”.
Lula também se disse favorável à ideia de Fernando Haddad colocar o bloco na rua para debater questões sociais, conforme anunciou em entrevista à TV 247. De acordo com o ex-presidente, “se na frente ampla, tiver candidato melhor que o PT e for para o segundo turno, o PT apoia”.
“Falso general”
O ex-presidente aproveitou para dizer que o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas agiu como um “falso general” ao articular com o Alto Comando uma estratégia para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a não aceitar um habeas corpus apresentado pela defesa de Lula e deixá-lo preso.
“As Forças Armadas servem para cuidar da soberania nacional. Não para interferir se alguém vai disputar ou não a presidência da República. Me parece um jeito falso de chegar ao poder”, disse o ex-presidente.
“Villas Bôas não agiu corretamente, foi um falso general. Eu acho que em algum momento vai ter que chamar alguém para explicar o porquê aconteceu isso. Quem convidou eles para dar esse palpite?”, complementou.
As revelações de Villas Bôas fazem parte do livro “General Villas Bôas: conversa com o comandante”, recém-lançado pela Editora FGV, a partir de depoimentos concedidos pelo general.