Venezuela emite alerta da Interpol contra ex-chefe petroleiro acusado de corrupção
A procuradoria venezuelana anunciou nesta quinta-feira (18) a emissão de um alerta vermelho da Interpol contra Rafael Ramírez, ex-presidente da petroleira estatal PDVSA e colaborador próximo do presidente falecido Hugo Chávez.
“Foi solicitado à Interpol que o detenha na Itália, onde vive como um magnata”, disse o procurador-geral Tarek William Saab a respeito de Ramírez, que é investigado por corrupção.
Ex-chefe da PDVSA (2004-2014) e ex-ministro do Petróleo (2002-2014), Ramírez foi um dos homens de confiança de Chávez (1999-2014), mas no fim de 2017 rompeu com seu sucessor, Nicolás Maduro, renunciando então ao cargo de embaixador da Venezuela na ONU.
Segundo Saab, Ramírez está envolvido em sete investigações por corrupção, que incluem a compra de um “navio sucata” para a exploração de gás, a apropriação indevida de fundos e a cobrança de propinas.
“Todos estes esquemas (foram) liderados por esse sujeito, Rafael Ramírez, esquemas totalmente vergonhosos, imorais”, condenou Saab.
“Esperamos que a Itália, diante da solicitação feita formalmente pelo Estado venezolano, entregue esse criminoso para que responda à justiça com o devido julgamento que lhe corresponde”, reiterou o procurador, que também pediu a Roma sua captura e extradição.
Outros ex-diretores da petroleira estatal foram detidos e respondem a processos criminais.
Em julho, a Suprema Corte venezuelana deu seu aval para a solicitação da extradição de Ramírez, que estaria envolvido no desvio de centenas de milhões de dólares mediante operações de intermediação de compra e venda de petróleo cru com detrimento patrimonial de 4,8 bilhões de dólares, explicou Saab em 2017.
“Mais uma vez as infâmias do procurador capanga e dos propagadores do ódio”, escreveu Ramírez no Twitter. “NÃO TENHO NENHUMA ORDEM DE CAPTURA, os únicos que não podem sair do país são vocês!”.