Biden renova aliança com Austrália, Índia e Japão apesar da pressão da China
Os Estados Unidos anunciaram que na quinta-feira manterão negociações com a Austrália, Índia e Japão, um novo impulso do presidente Joe Biden para a aliança conhecida como Quad, apesar dos avisos da China.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, falará virtualmente com os chanceleres dos três países, com a pandemia de covid-19 e as mudanças climáticas em pauta.
“Essas discussões com os Ministros das Relações Exteriores da Quad são fundamentais para o avanço de nossos objetivos comuns para um Indo-Pacífico livre e aberto e para enfrentar os desafios definidores de nosso tempo”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, a jornalistas nesta quarta-feira(17).
A Quad foi promovida em 2007 pelo então primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, com o objetivo de encontrar parceiros para equilibrar forças diante da ascensão da China.
Embora a Austrália e a Índia tenham sido inicialmente cautelosas em relação a Pequim, elas se envolveram cada vez mais com a Quad nos últimos anos, à medida que suas relações com a China se deterioraram.
As nações da Quad realizaram exercícios navais em novembro na Baía de Bengala e no Mar da Arábia, semanas depois de representantes estrangeiros dos quatro países se reunirem em Tóquio. A Austrália participou pela primeira vez em mais de uma década.
O jornal estatal chinês Global Times advertiu Biden no início deste mês que reformar a Quad seria um “grave erro” e disse que poderia desencadear um “severo confronto estratégico” com Pequim.
O jornal concentra sua pressão na Índia, que lembrou que tem o poder de acabar com a formação Quad e que aconselhou não “se amarrar completamente à banda contrária à China dos Estados Unidos”.
Nova Déli historicamente insiste que sua política externa é caracterizada pelo não alinhamento, mas as tensões com Pequim dispararam desde o ano passado, quando um confronto entre militares dos dois países no Himalaia deixou 20 vítimas no lado indiano e um número desconhecido no chinês.