Vasco prepara pedido de anulação da partida contra o Inter; Súmula alega que ‘nada houve de anormal’
Jurídico do Cruz-Maltino tem a intenção de entregar um ofício à CBF e entrar com uma ação no STJD pedindo a anulação da partida após problemas com o VAR no primeiro gol do Inter
O jurídico do Vasco se prepara para entrar com um pedido de anulação da partida contra o Internacional. Em meio à polêmica do VAR, a diretoria do Cruz-Maltino alega que no primeiro gol do Colorado, o programa da arbitragem de vídeo que analisa as linhas de impedimento não funcionou e foi validada a decisão do campo, do árbitro Flávio Rodrigues de Souza.
Dessa forma, o jurídico do Gigante da Colina tem a intenção de entregar um ofício à CBF e entrar com uma ação ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva pedindo a anulação da partida nesta segunda-feira. O ofício foi divulgado incialmente pela jornalista Gabriela Moreira, do portal “GE”.
– O que presenciamos hoje em São Januário foi mais uma repetição do ultraje que tem sido a atuação da arbitragem da CBF em nossas partidas. Pediram para retirarem uma câmera da Vasco TV, ‘descalibraram’ a linha e ironizaram nosso treinador dizendo que avaliariam as imagens ‘de casa’. Já são 18 apitos contra o Vasco, em uma disparidade desrespeitosa em relação a qualquer outro time da competição. Estou acionando a CBF por telefone hoje para uma reunião esclarecedora. Vamos requerer na justiça desportiva a anulação desse jogo – disse o presidente Jorge Salgado ao site do clube.
Apesar dos protestos da direção do Vasco da Gama, de acordo com a súmula da partida, publicada oficialmente no site da CBF, a equipe de arbitragem alegou que “Nada houve de anormal”. Vale lembrar que este documento é entregue à confederação após as partidas relatando tudo que aconteceu durante os 90 minutos.
O departamento jurídico do Vasco vai pedir a anulação do jogo deste domingo. Os advogados do clube vão entrar no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, nesta segunda-feira, e também vão enviar ofício à CBF para questionar o problema do VAR em São Januário.
Antes da coletiva de imprensa do técnico Vanderlei Luxemburgo, o diretor de futebol, Alexandre Pássaro elogiou o presidente da CBF, Rogério Caboclo, o secretário da CBF, Walter Feldman e o diretor de competições, Manoel Flores por terem colocado o VAR em todas as partidas. No entanto, Pássaro criticou a arbitragem do jogo deste domingo, sobretudo no lance em que o VAR apresentou problema.
– Temos um problema nesse campeonato que é o VAR. O que aconteceu hoje é inadmissível. A gente estava no vestiário, e quando saímos pro jogo o pessoal da Vasco TV me avisou que pediram que pediram para eles tirarem a câmera que fica à beira do gramado, porque ela poderia captar uma imagem que pudesse depois desmentir o VAR. Foi inédito, a gente resistiu e não foi atendido. Não sabíamos o motivo disso, mas muito provavelmente é porque a CBF sabia que a linha de impedimento estava descalibrada – analisou Alexandre Pássaro à VascoTV.
Leia o ofício na íntegra
“De acordo com as normas aplicáveis ao VAR e previstas nas Regras de Futebol 2020/21 da CBF, nos jogos em que o VAR é utilizado pela arbitragem, o “VAR automaticamente deve “checar” as imagens gravadas das câmeras de TV, em todo possível ou real gol, pênalti ou decisão/incidente de cartão vermelho direto, ou em caso de identificação equivocada, utilizando diferentes ângulos de câmeras e velocidades de replay” (p. 151).
No entanto, não foi isso que se viu no jogo Vasco x Internacional, quando o Vasco foi claramente prejudicado – novamente, diga-se de passagem – pelo VAR. Dessa vez, sistema do VAR deixou de funcionar justamente no momento da checagem do gol do Internacional, cujo autor estava claramente em posição de impedimento, como demonstrando por diversos ângulos pelas câmeras de televisão.
Essa inadmissível falha do VAR feriu de morte a lisura da partida, tornando-a anulável. Por isso, requeremos a anulação da partida Vasco x Internacional ocorrida em 14/02/2020, com a consequente remarcação da partida em nova data e com um VAR em pleno funcionamento.”