Investimento direto no país cai ao menor nível desde 2009
Em 2020, houve menos atratividade Pandemia e risco fiscal impactaram
O IDP (investimento direto no país) somou US$ 34,17 bilhões em 2020. Esse é o menor valor desde 2009, quando foram contabilizados US$ 31,48 bilhões.
Os dados divulgados nesta 4ª feira (27.jan.2021) pelo BC (Banco Central) revelam que a aplicação direta de recursos no país caiu pela metade no último ano, quando houve o início da pandemia de covid-19.
Em 2019, o IDP atingiu US$ 69,17 bilhões, valor 50,6% superior ao registrado no ano passado.
Diferentemente da aplicação de recursos estrangeiros na B3, o investimento direto no país é voltado para ganhos de longo prazo. Inclui aplicações em áreas de negócios, como empresas, abertura de filiais multinacionais e obras de infraestrutura.
passe o cursor para visualizar os valores no gráfico abaixo:
O IDP é a principal fonte de dados para avaliar a percepção dos estrangeiros no Brasil para investimentos.
Além da pandemia de covid-19, que adiou decisões de aplicações de recursos, os empresários também demonstram preocupação com o quadro fiscal do país. Deficitárias desde 2014, as contas públicas devem fechar 2020 com o maior rombo da história. O governo precisou ampliar gastos para mitigar os efeitos da crise sanitária na economia. O movimento ampliou o endividamento público e as incertezas quanto a responsabilidade fiscal dos próximos anos.
Em 2020, o IDP correspondeu a 2,38% do PIB (Produto Interno Bruto). No ano anterior foram 3,68% (US$ 69,17 bilhões). Da queda de US$ 35 bilhões no período, destacam-se:
- recuo de US$ 19,1 bilhões em ingressos por lucros reinvestidos (de US$ 20,8 bilhões em 2019 para US$ 1,6 bilhões em 2020);
- queda de US$ 14,8 bilhões em ingressos para participação no capital exceto lucros reinvestidos (de US$ 42,9 bilhões em 2019 para US$ 28,1 bilhões em 2020).