Deputado bolsonarista recusa usar máscara e é retirado de voo pela Polícia Federal
O deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ) foi retirado de um voo pela Polícia Federal após se recusar utilizar a máscara de proteção, principal equipamento no controle da disseminação da Covid-19, nesta terça-feira (26). O caso aconteceu em Guarulhos (SP), em uma conexão que ia do Rio de Janeiro a Brasília.
De acordo com a Gol, companhia que operava o voo, o parlamentar informou na hora do embarque que era deputado federal e que teria dispensa médica para a não utilização de máscara facial.
Porém, a companhia informou que o atestado apresentado pelo deputado alegando ter cefaleia crônica (dor de cabeça) não se enquadra para o embarque sem máscara.
Por este motivo, Silveira foi informado que teria o embarque negado caso não utilizasse o equipamento. O deputado, no entanto, ignorou as orientações e seguiu para o dentro da aeronave.
A Polícia Federal precisou ser chamada para retiráa-lo. Só então o deputado saiu da aeronave. A Gol remarcou seu embarque no voo seguinte para Brasília, mediante a utilização de máscara, segundo informou a companhia.
Médico bolsonarista distribui receitas
Em outubro do ano passado, o médico Sérgio Marcussi, que atende como ginecologista e nutrólogo em um consultório particular em Minas Gerais, se ofereceu, pelas redes sociais, para dar atestado médico a pacientes que relatam enfrentar limitações de saúde por conta do uso da máscara.
Entre as justificativas para ir contra orientações de autoridades de Saúde que consideram o uso da máscara como um dos principais equipamentos no combate ao coronavírus estavam “dor de cabeça” e até “acne”.
Um dos pacientes foi o deputado Silveira, conhecido por destruir uma placa em homenagem a Marielle Franco, assassinada brutalmente em 2018. Na época, o deputado afirmou que foi abordado em um aeroporto por não utilizar a máscara, mas que respondeu dizendo que estava “respaldado pela lei” e chamou a máscara de “focinheira ideológica”.
“Agora no aeroporto, entrei sem máscara e fui abordado uma vez. Expliquei que estou respaldado pela lei 14.019/20 art 3° §7°, com licença médica que me garante o não uso e continuei a missão. Essa focinheira ideológica tem que ser combatida”, escreveu Silveira.
Em dezembro do ano passado, o deputado também foi flagrado por passageiros sem máscara em um voo de Brasília para o Rio.