Brasil inicia produção da vacina Sputnik V
No último domingo (17), a vacina contra a COVID-19 se tornou uma realidade para o Brasil, no primeiro momento contemplando profissionais da área da saúde. E a vacina russa Sputnik V já está se tornando uma realidade também: nesta quinta-feira (21), o diretor do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF), Kirill Dmitriev, anunciou que a farmacêutica brasileira União Química já começou a fabricar o imunizante aqui no Brasil.
A parceria entre o RDIF e a União Química foi anunciada no último dia 13, sob a premissa de trazer 10 milhões de doses da vacina ainda no primeiro trimestre de 2021. A previsão era que a produção tivesse início no dia 15, mas isso não aconteceu, por conta de pendências com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por sua vez, a agência chegou a informar que o pedido foi devolvido pela falta de autorização para a condução dos ensaios clínicos fase 3.
“Estamos fornecendo todas as informações que Anvisa solicita. Não tem prazo para resposta, porém dada a urgência e prioridade deste assunto, estamos num esforço forte para entregar todas as informações. Esperamos que na quinta-feira, na própria reunião com Anvisa, todas pendências sejam resolvidas”, afirmou o diretor de negócios internacionais da União Química, Rogério Rosso, na ocasião.
Sputnik V no Brasil
No Brasil, Paraná e Bahia já firmaram acordos com o RDIF e o Instituto Nikolay Gamaleya (o laboratório responsável pelo desenvolvimento da vacina). O governo baiano entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para assegurar a compra direta de 50 milhões de doses do imunizante, sinalizada em um acordo assinado no ano passado.
Na última quarta-feira, o ministro do STF Ricardo Lewandowski determinou que a Anvisa preste informações sobre o pedido de avaliação do uso emergencial pelos russos para decidir sobre a solicitação da Bahia.
Além do Brasil, as doses do imunizante fabricadas por aqui também irão para alguns países da América Latina que já aprovaram o uso das vacinas, como a Argentina e a Bolívia. A Sputnik V, que vem sendo desenvolvida em Moscou, foi a primeira vacina contra a COVID-19 a ser registrada em todo o mundo, apresentando eficácia de 90%.
Vale lembrar que na fórmula da Sputnik V são utilizados dois adenovírus humanos, o Ad26 e o Ad5, ambos conhecidos por causar o resfriado comum. No mês de novembro, Oksana Drapkina, diretora de um instituto de pesquisa do Ministério da Saúde, anunciou que a vacina é mais de 90% eficaz. Segundo Drapkina, esses dados foram obtidos por meio das vacinações referentes a um ensaio ainda em andamento. “Somos responsáveis por monitorar a eficácia da vacina Sputnik V entre os cidadãos que a receberam como parte do programa de vacinação em massa. Com base em nossas observações, sua eficácia também é superior a 90%. O aparecimento de outra vacina eficaz é uma boa notícia para todos”, disse a diretora, na época.
Fonte: O Globo