As maiores descobertas da astronomia em 2020

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2020 chega ao fim e, apesar de ter sido um ano difícil por conta da pandemia de COVID-19 (que inclusive prejudicou o andamento de muitos estudos científicos), também foi um ano repleto de descobertas espaciais para lá de valiosas.

Por isso, nesta retrospectiva o Canaltech relembra as maiores entre as grandes descobertas da astronomia em 2020.

Material mais antigo da Terra é mais velho que o Sistema Solar

O meteorito de Murchison caiu na Austrália em setembro de 1969 com a poeira estelar mais antiga já vista na Terra (Imagem: Divulgação)

Cientistas descobriram que a formação mais antiga já encontrada na Terra data de 7 bilhões de anos atrás, sendo que a formação do Sol aconteceu há 4,6 bilhões de anos. Ou seja: esse material é mais antigo do que o próprio Sistema Solar. Trata-se de uma rocha que caiu na Austrália em 1969 e que, ao ser analisada neste ano, mostrou conter poeira estelar formada 3 bilhões de anos antes do Sol.

Especialistas acreditam que a poeira estelar antiga foi jogada ao universo por estrelas no final de suas vidas. Um pouco dessa poeira pegou carona em um asteroide que passou no caminho da Terra e nos deixou o meteorito de Murchison, uma rocha que pesa 100 quilos.

Clique aqui para saber mais sobre essa descoberta.

Os “sussurros” de Marte ouvidos pela InSight

(Imagem: Reprodução/NASA)

Com a missão InSight, a NASA vem estudando os tremores marcianos, chamados “martemotos” (equivalentes aos terremotos de nosso planeta). E, além de ter detectado já alguns tremores interessantes, a agência espacial vem ouvindo “sussurros” de Marte, sendo que os cientistas ainda não entendem muito bem como e por que eles acontecem.

Esses sussurros são comparados com um “zumbido” constante, que parece pulsar ao ritmo dos martemotos, mas têm origem desconhecida. Aqui na Terra, essas vibrações de fundo acontecem tendo diversas fontes, desde o rugido de ventos até o bater das ondas nas costas marítimas, mas os zumbidos marcianos são mais altos do que a maioria dos encontrados por aqui.

Clique aqui para ver essa entre cinco grandes coisas que a InSight já descobriu sobre Marte.

Mistério de Betelgeuse solucionado

(Imagen: Reprodução/NASA/ESA/E. Wheatley)

e a variação no brilho da estrela Betelgeuse foi um dos grandes mistérios de 2019, em 2020 veio a grande solução. No final do ano passado, seu brilho diminuiu drasticamente, e muitos especularam que talvez a estrela, enfim, estivesse no processo de explodir como uma supernova. Só que o brilho de Betelgeuse voltou ao normal e, em agosto deste ano, cientistas trouxeram a resposta: a estrela teve um “soluço”, no qual disparou um jato superquente de plasma, que se resfriou ao se espalhar, formando uma nuvem de poeira ao redor da estrela — o que justifica a variação no seu brilho observado aqui na Terra, com essa nuvem obscurecendo a intensidade desta que é uma das estrelas mais brilhantes do céu noturno.

Para saber mais sobre a solução deste mistério, clique aqui. Mas, ainda sobre descobertas a respeito de Betelgeuse, em 2020 também descobrimos que a estrela é menor e está mais próxima do que se pensava. Clique aqui para saber mais.

Fosfina na atmosfera de Vênus. Seria uma bioassinatura?

(Imagem: Reprodução/ESO/M. Kornmesser/L. Calçada/NASA JPL/Caltech)

Talvez a maior “bomba” do ano tenha sido o anúncio de que descobriram a presença de fosfina na atmosfera de Vênus, pelo fato de a fosfina ser uma possível bioassinatura — ou seja, produzida por seres vivos. A comunidade científica ficou em polvorosa, com uma “briga” acontecendo: de um lado, os defensores dos resultados do estudo e da possibilidade de que possa haver vida em Vênus; do outro, críticos quanto à análise do que foi observado, levantando a bola de que poderiam apenas se tratar de ruídos nas observações ou interpretações incorretas.

Novas análises dos dados do estudo original foram feitas, e então a polêmica ficou mais forte: alguns cientistas refutaram totalmente a descoberta, enquanto outros apontaram que existe, sim, fosfina em Vênus, mas numa quantidade muito menor do que a anunciada inicialmente — e esta, por sinal, foi a nova conclusão dos pesquisadores responsáveis pelo anúncio original, que re-analisaram os próprios dados.

Ceres é geologicamente ativo — e pode ter água subterrânea!

Poços e montes brilhantes formados por líquido salgado liberado quando o solo rico em água congelou após impacto há cerca de 20 milhões de anos (Imagem: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA/USRA/LPI)

O planeta anão Ceres foi estudado pela missão Dawn em 2015, e seus dados seguem sendo analisados. Neste ano, cientistas concluíram que ele pode ter reservatórios de água sob sua superfície, e que ainda é geologicamente ativo — o que foi uma surpresa enorme.

Localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, Ceres tem quase mil quilômetros de diâmetro, sendo o maior objeto da região. Em 2019, dados da missão Dawn revelaram muitos detalhes sobre o vulcão Ahuna Mons e sua formação, e os cientistas descobriram que as áreas brilhantes eram depósitos feitos principalmente de carbonato de sódio. Esse composto formado por sódio, carbono e oxigênio provavelmente veio de um líquido que se emergiu até a superfície e evaporou, deixando para trás uma crosta de sal altamente reflexiva. Mas o que eles ainda não haviam determinado era de onde vinha aquele líquido — algo que aconteceu agora em 2020, pois pesquisadores determinaram que existe um “extenso reservatório” de salmoura (uma solução de água saturada de sal) abaixo de sua superfície.

Mais interessante ainda é que os compostos ainda podem estar subindo do interior do planeta e, se isso for verdade, os próximos estudos sobre Ceres podem trazer ainda mais surpresas — como a possibilidade de encontrar bioassinaturas.

Clicando aqui, você lê mais a respeito.

Grandes quantidades de água na Lua

A NASA descobriu grandes quantidades de água na superfície da Lua, e também em uma cratera que é iluminada pela luz solar, no polo sul lunar. Essas descobertas sugerem que a água pode estar distribuída pela superfície lunar, e não limitada apenas aos locais frios e na sombra.

Os dados mostram que a água se encontra concentrada em 100 a 412 partes por milhão — equivalente a uma garrafa de água de 300 ml — e presa em um metro cúbico de solo espalhado pela superfície lunar. Para comparação, considere o deserto do Saara, que tem 100 vezes a quantidade de água encontrada no solo lunar. Como a Lua não tem atmosfera, essa água sob a luz solar já deveria ter sido perdida no espaço, mas, mesmo assim, ela ainda está por lá. Isso levanta algumas questões: a água poderia estar presa em pequenas estruturas no solo que se formam pelo calor gerado pelo impacto de micrometeoritos, ou poderia estar escondida entre grãos de solo lunar e protegida da luz do sol.

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Fonte canaltech
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