27 boas notícias de 2020 para ter esperanças em 2021
Aumento da população de elefantes e queda no número de casamentos infantis são apenas alguns dos pontos para comemorar. Confira a lista completa
Nossa, 2020 já acabou? Ou melhor, 2020 ainda não acabou? O fim desse ano chega trazendo a sensação ambígua de que o tempo passou rápido, como o fogo que se espalhou pelo Pantanal, e devagar, como a espera por notícias do ente querido que está internado com Covid-19 — sentimento paradoxal que, ouso dizer, nenhum alienígena ou computador quântico poderia explicar.
Fato é que 2021 vem aí e, por mais que gostemos de acreditar, com o ano novo os problemas de 2020 não desaparecerão completamente. Calma, nosso intuito não é desanimar você, justamente o contrário! Mesmo em um ano caótico como o que passou, muitas coisas boas aconteceram, como atos de generosidade e inclusão, o poder de cura da natureza e o fim de problemas que há muito assolam nosso planeta.
Com isso, GALILEU separou uma série de boas notícias de 2020 para você entrar no novo ano com esperança, mesmo em meio a tantas dificuldades.Confira:
1. “Baby boom” de elefantinhos
De acordo com o Serviço de Vida Selvagem do Quênia, a população de elefantes do país mais que dobrou desde 1989, passando de 16 mil espécimes para 34 mil em 2020. Só no Parque Nacional Amboseli desde o início da pandemia, por exemplo, a “turminha da pesada” ganhou mais 140 integrantes. O número de animais caçados também mudou durante o período: apenas sete, quantia significativamente menor em comparação com 2018 e 2019, quando 80 e 34 foram vítimas de caçadores.
2. Nove vezes mais felinos
Outra população que também vem crescendo é a de linces. Segundo uma notícia publicada no periódico La Vanguardia, o número de animais na Península Ibérica cresceu quase nove vezes entre 2002 e 2019, passando de 94 para 894.
3. Ponto para a Turquia
Quando o assunto é energia limpa, o destaque vai para a Turquia. Na última década, a capacidade de energia renovável do país aumentou 11%, chegando ao patamar de 49% em 2020.
4. Energizados pelo Sol
Um fenômeno do tipo também está acontecendo na Austrália, onde os níveis per capita de energia limpa são os que mais crescem no mundo. Só entre 2018 e 2020, o país terá mais de 16 gigawatts provenientes de energia eólica e solar, uma taxa média de 220 watts por pessoa por ano.
5. Por um mundo mais sustentável — e cheiroso
Os australianos, inclusive, anunciaram em agosto que pretendem comercializar um aditivo para ração animal feito de algas marinhas que demonstrou reduzir as emissões de metano por bovinos em mais de 80%. Segundo os cientistas do país, se o aditivo alimentar for adotado por apenas 10% dos pecuaristas, as emissões de gases de efeito estufa caíram aproximadamente 120 megatons por ano — o equivalente a tirar 50 milhões de carros das estradas por um ano.
6. De volta para a Idade Média — no bom sentido
Na Grã-Bretanha, a área coberta por árvores cresceu tanto nas últimas décadas que chegou à mesma extensão que tinha durante a Idade Média. São cerca de 3,19 milhões de hectares de área verde, o que, de acordo com a Comissão Florestal britânica, representa 13% da área terrestre da ilha.
7. No deserto, a esperança tem forma de oásis
Já no Egito, a tecnologia evolui a tal ponto que em breve será possível plantar árvores no deserto. O país anunciou, em outubro, que conseguiu utilizar águas residuais para criar um enorme oásis de 200 hectares conhecido como Floresta Serapium. Após o sucesso do projeto, os cientistas estão buscando novas regiões desérticas para repetir o método e, se tudo der certo, ajudar a retardar as mudanças climáticas.
8. Habemus água!
A água também chegará à Faixa de Gaza, se depender do bilionário israelense Michael Mirilashvili. Em maio, o ricaço anunciou que pretende levar geradores que produzem água potável a partir do ar para um hospital na região. “Eles são nossos vizinhos e é uma grande pena vê-los sofrendo de tão severa escassez de água”, afirmou Mirilashvili, segundo o Times of Israel.
9. Curativos revolucionários
Utilizar a tecnologia em prol da saúde também foi motivação para uma equipe de pesquisadores do King’s College de Londres. Eles desenvolveram um biomaterial semelhante a uma bandagem capaz de levar células-tronco a fraturas ósseas graves, acelerando o processo de cicatrização, melhorando a recuperação e reduzindo o risco de infecções.
10. Conquista japonesa
Outra novidade boa na área da saúde vem do Japão. Embora o número tenha aumentado durante a pandemia, a quantidade geral de suicídios no país está diminuindo. De acordo com a Agência Nacional de Polícia, em 2019, o número de suicídios caiu 3,4%, a nona queda anual consecutiva e a menor taxa desde que os registros começaram, em 1978
11. A (outra) vacina que queremos
Na África, a versão selvagem do vírus causador da poliomielite foi completamente erradicada. Além disso, uma nova vacina tem mostrado resultados animadores na prevenção de uma versão mutante do microrganismo causador da polio.
12. Nada de sono
Outra novidade boa para o continente africano em 2020 veio do Togo. O país se tornou a primeira nação do continente a eliminar oficialmente a doença do sono, uma condição parasitária que é quase sempre fatal quando não tratada.
13. Prevenção do tracoma
Mais à direita do mapa, na Ásia, Mianmar conseguiu erradicar infecções oculares pela bactéria Chlamydia trachomatis. A doença, conhecida como tracoma, é a principal causa de cegueira evitável no mundo e, na nação asiática, foi responsável por 4% de todos os casos de cegueira nos últimos 15 anos.
14. Camboja vira exemplo
Outro país asiático que fez avanços na área da saúde foi o Camboja, que progrediu muito na luta contra a malária este ano. Segundo as autoridades locais, durante os primeiros nove meses de 2020, o país registrou 70% menos casos da doença em comparação com o mesmo período do ano passado.
15. Direito menstrual garantido
Em junho, a Nova Zelândia declarou que fornecerá produtos sanitários gratuitos nas escolas para garantir que as pessoas que menstruam e não podem pagar ou ter acesso a produtos de higiene menstrual sejam atendidas. Meses depois, em novembro, a Escócia se tornou o primeiro país do mundo a disponibilizar gratuitamente esses produtos.
16. Donas do próprio corpo
Os direitos das mulheres também evoluíram em outros países. Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), a prevalência da mutilação genital feminina na região do Curdistão no Iraque caiu em mais de 75% em uma única geração. A prática consiste na remoção de parte ou de todos os órgãos sexuais externos durante a juventude.
17. Meninas serão meninas
Já em Bangladesh, o Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar (Ifpri) descobriu que a quantidade de casamentos infantis caiu em dois terços nos últimos 20 anos. De acordo com a organização, a previsão é que, no ano que vem, esse número beire a zero.
18. Lugar de mulher é onde ela quiser
Em Serra Leoa, uma proibição que impedia adolescentes grávidas de frequentarem a escola, criada cinco anos atrás, foi revertida pelo novo governo. “Hoje temos motivos para comemorar, pois milhares de meninas grávidas em Serra Leoa terão permissão para voltar às aulas em todo o país quando as escolas forem reabertas após a Covid-19”, afirmou Marta Colomer, diretora da Amnistia Internacional para a África Ocidental e Central, na ocasião.
19. Donas de casa
No Paquistão, a Suprema Corte aprovou uma lei declarando que um marido não tem direito sobre as propriedades de sua esposa sem o consentimento dela. “A menos que uma mulher casada opte por doar, vender ou de outra forma dispor de sua propriedade, nem seu marido nem qualquer parente do sexo masculino tem qualquer direito sobre ela”, declarou o Juiz Qazi Faez Isa à ocasião, segundo o The Express Tribune.
20. Tunísia protege os LGBTQ+
Os tribunais também decidiram a favor dos direitos humanos na Tunísia. Pela primeira vez no mundo árabe, um grupo de defesa LGBTQ+ recebeu proteção legal. A notícia veio pouco depois do país decidir, em dezembro de 2019, introduzir um programa de educação sexual para alunos do ensino fundamental e médio.
21. Sangue do mesmo sangue
No Brasil, a vitória foi outra: o Supremo Tribunal Federal derrubou as regras que impedem gays e bissexuais de doarem sangue. “Em vez de permitir que essas pessoas promovam o bem doando sangue, ele restringe indevidamente a solidariedade baseada no preconceito e na discriminação”, disse o juiz Edson Fachin na ocasião.
22. Gol da Alemanha
A Alemanha se tornou o segundo país europeu e o quinto no mundo a proibir a suposta “terapia de conversão gay”. O Brasil foi o primeiro país a proibir o “tratamento”, em 1999, e desde então Malta, Equador e Taiwan também seguiram os mesmos passos.
23. No Gabão, ser gay não é crime, não
No Gabão, os legisladores também agiram para garantir a diversidade e, revertendo uma lei de 2019, votaram pela descriminalização da homossexualidade. A atitude foi apoiada pelo primeiro ministro do país, Julien Nkoghe Bekale: “Como sou contra a pena de morte, também sou contra a estigmatização dos homossexuais. Parabéns aos parlamentares por terem mudado mentalidades e conseguido se adaptar aos tempos”, postou no Twitter na ocasião.
24. Mais tolerância
Uma nova pesquisa do Legatum Institute, no Reino Unido, mostrou que a tolerância em relação às pessoas LGBTQ+ aumentou em quase todas as regiões do mundo na última década. A mesma pesquisa mostrou que a tolerância social em relação a grupos minoritários em geral aumentou em 111 dos 167 países analisados.
25. Chega de racismo
Nos Estados Unidos, a taxa de encarceramento está em seu nível mais baixo em mais de duas décadas, com a maior queda ocorrendo entre os negros americanos, cuja taxa de encarceramento diminuiu 34% desde 2006, segundo o Pew Research Center. Além disso, novas pesquisas realizadas no país pontuaram que a proporção de homens negros na pobreza caiu de 41%, em 1960, para 18% hoje.
26. Donos da terra
Outra grande vitória para os norte-americanos ocorreu quando, em julho, quando a Suprema Corte declarou que, por conta de um tratado assinado em 1866, quase metade das terras do estado de Oklahoma devem ser devolvidas como posse soberana da comunidade indígena Muscogee (Creek). A tribo é a quarta maior dos EUA, conta com 86 mil cidadãos e, até 1500, abrangia toda a região sudeste do país.
27. Justiça aos indígenas
No Brasil, o povo Ashaninka, que vive no Acre, próximo à fronteira com o Peru, ganhou uma batalha judicial de décadas contra o desmatamento florestal em suas terras. Os indígenas vão receber R$ 14 milhões de indenização da empresa de Orleir Cameli, ex-governador do estado, por desmatamento ilegal na área da Amazônia em que vivem.