Paes e Crivella disputarão o segundo turno das eleições no Rio
Ex-prefeito teve 37,01% dos votos válidos, contra 21,90% do sucessor, que recebeu apoio do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha.
Eduardo Paes (DEM) e Marcelo Crivella (Republicanos) vão disputar o segundo turno das eleições municipais do Rio de Janeiro.
Com 100% das urnas apuradas neste domingo (15) de votação, o ex-prefeito somava 37,01% dos votos válidos (974.804 votos), contra 21,90% (576.825 votos) do sucessor, que tenta a reeleição e recebeu o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Martha Rocha (PDT), com 11,30%, e Benedita da Silva (PT), com 11,27, aparecerem em terceiro e quarto, seguidas por Luiz Lima (6,85%), Renata Souza (3,24%), Paulo Messina (2,93%), Bandeira de Mello (2,48%), Fred Luz (1,76%), Glória Heloiza (0,52%), Clarissa Garotinho (0,46%), Suêd Haidar (0,15%), Cyro Garcia (0,11%) e Henrique Simonard (0,02%).
O segundo turno será realizado em duas semanas, no dia 29, também um domingo.
A previsão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é que a campanha recomece às 17h desta segunda-feira (16). A propaganda no rádio e na TV deve retornar na sexta (20).
Um problema técnico no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) provocou uma lentidão na totalização dos votos nas eleições municipais, atrasando a apuração. Com isso, os candidatos deixaram o local onde acompanhavam a apuração antes do resultado e anunciaram entrevistas coletivas para segunda (16).
Antes de confirmar o resultado Paes agradeceu aos cariocas “que foram às urnas e me deram nesse primeiro turno o primeiro lugar”, conforme apontava a parcial.
Crivella afirmou que o segundo turno é uma “nova eleição” e também agradeceu aos eleitores. Ele disse que a disputa será “eletrizante”.
Como os candidatos votaram
Crivella chegou para votar às 8h50 na Escola Municipal Sérgio Buarque de Holanda, na Barra da Tijuca. O prefeito foi acompanhado da mulher, a primeira-dama Sylvia Jane, e do filho Marcelo.
“O apoio que o presidente [Bolsonaro] me deu foi muito grande. O presidente teve uma coragem gigantesca em apoiar o Crivella, quando o PSL teve o Luiz Lima”, disse o prefeito.
Paes chegou para votar às 10h30 no Gávea Golf Club, em São Conrado, Zona Sul do Rio.
O ex-prefeito também foi acompanhado da mulher e dos filhos. Mais cedo ele acompanhou o filho, que votou pela primeira vez nessas eleições.
“Primeiro eu queria agradecer a população. Nesses últimos 45 dias a gente andou pela cidade toda, discutiu o Rio, debateu o Rio, e hoje é o momento em que a população vem soberana para as urnas e decide quem vai ser o futuro prefeito da cidade”, disse Paes, que vai acompanhar a apuração dos votos de casa ao lado da família.”
Perfis
Bacharel em Direito, Eduardo Paes, 51 anos, ingressou na política em 1996, quando foi eleito vereador pelo Partido da Frente Liberal. Em 1998, conquistou uma vaga de deputado federal.
Três anos depois, foi nomeado secretário do Meio Ambiente da cidade do Rio de Janeiro durante a gestão do ex-prefeito Cesar Maia e em 2002 foi reeleito deputado federal.
Em 2006, Paes concorreu ao governo do Rio de Janeiro, mas perdeu a eleição. Dois anos depois, em 2008, ele venceu a disputa para a Prefeitura do Rio e em 2012 foi reeleito no primeiro turno com 64% dos votos.
Em 2018, concorreu ao governo do Estado do Rio mais uma vez, mas acabou vencido por Wilson Witzel (PSC).
Crivella é carioca e tem 63 anos – nasceu em 9 de outubro de 1957. É bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), cantor gospel e engenheiro civil.
Foi eleito em 2002 para o senado federal pela primeira vez, pelo antigo PL, atual PR. Foi reeleito em 2010, já pelo PRB, partido que ajudou a fundar. Foi ministro da Pesca e Aquicultura entre 2012 e 2014 no Governo Dilma.
Voltou ao Senado e pediu licença do cargo para concorrer à prefeitura pela terceira vez, após duas derrotas em 2004 e 2008. Em 2016, venceu a eleição no segundo turno contra Marcelo Freixo. Atualmente, está no partido Republicanos.
O que disseram os candidatos na campanha
Eduardo Paes
“A gente sabe que não foi tudo perfeito, mas o carioca tem na memória que na nossa gestão as coisas eram muito melhores. A gente conhece os problemas dos cariocas e sabe como administrar e conhece a prefeitura. É preciso que a gente tenha gestão e que a gente tenha capacidade de trabalho e muito amor ao Rio.”
“Se eu tiver a honra de ser prefeito de novo, vou ser até o fim. Não quer dizer que não deseje ser governador, um dia. Mas certamente não em 2022. Vou cumprir o mandato até 2024. Se vou ser candidato à reeleição, é outra história.”
Marcelo Crivella
“O Rio está saindo da crise. É verdade que o transporte não está bom, mas é a passagem mais barata do Brasil. É verdade, a saúde não é a melhor, mas foi o melhor enfrentamento do coronavírus. Quem planta, colhe. Está escrito na Bíblia. Nós plantamos, nós suamos, nós não sonhamos, nós vivemos a realidade”
“Sou o mais frustrado de todos os cariocas. Quando entrei, queria cuidar das pessoas, não só nos hospitais. Não consegui mais porque tinha contas a pagar o tempo todo e tínhamos pavor de atrasar salário. Todos os meus sonhos ficaram impedidos”