Laudo revela que voluntário da CoronaVac morreu intoxicado com opioides e sedativos
Caso foi registrado como suicídio e novas informações reforçam que óbito não teve nenhuma ligação com a vacina
Após toda a polêmica em torno da interrupção dos testes da vacina CoronaVac pela Anvisa, começam a aparecer novas informações sobre a morte do voluntário que causou o desentendimento. Nesta quinta-feira (12), foi divulgado o laudo do Instituto de Criminalística e Médico Legal (IML) que revelou os motivos da intoxicação.
Inicialmente, foi divulgado que o participante dos testes havia se suicidado, o que é formalmente sua causa mortis. O laudo encaminhado à Polícia Civil de São Paulo, porém, detalha a forma do suicídio, informando que ele se intoxicou com opioides, sedativos e álcool. A combinação o levou a óbito, como relata a Veja.
O laudo reforça o que defendia o Instituto Butantan desde o começo das discussões, afirmando que a morte não tinha nenhuma relação com a vacina. Inicialmente, a causa não foi divulgada para respeitar o sigilo do estudo, mas não demorou para que vazasse o boletim de ocorrência com mais informações.
Pelo boletim, o homem foi encontrado já sem vida em seu apartamento. Ele tinha ao seu lado uma seringa e ampolas de um medicamento quando foi encontrado.
A Anvisa diz que havia decidido pela paralisação dos testes por não ter recebido um relatório detalhado do Instituto Butantan sobre a ocorrência, afirmando que a única informação que tinham era de que se tratava de um “evento adverso grave inesperado”. O termo pode ser usado para qualquer problema sério enfrentado por um participante de ensaios clínicos, mesmo que não tenha nenhuma relação com o medicamento, o que pode incluir, por exemplo, atropelamentos, acidentes de trânsito ou, como visto, um suicídio.
A morte foi registrada no dia 29 de outubro e foi reportada à Anvisa na última sexta-feira (6). A agência diz que, devido a problemas causados por ataque hacker, a notificação foi recebida apenas na segunda-feira (9) seguinte, levando à interrupção. A forma de agir, no entanto, levantou suspeitas de ação política, já que João Doria, governador de São Paulo, estado ao qual pertence o Instituto Butantan, é adversário político do presidente Jair Bolsonaro.