Caso Wagner Fernandes: Polícia conclui inquérito de morte como acidente doméstico
A Polícia Civil do Tocantins apresentou nesta quarta-feira, a conclusão da investigação sobre a morte do servidor público municipal, Wagner Fernandes, irmão da candidata a prefeita de Miracema, Camila
Em coletiva de imprensa realizada na sala de reuniões da Secretaria da Segurança Pública, a Delegacia-Geral da Polícia Civil do Tocantins apresentou nesta quarta-feira, 11, a conclusão da investigação sobre a morte do servidor público municipal, Wagner Fernandes de Araújo, de 58 anos, ocorrida no dia 2 de novembro, no município de Dois Irmãos. A Polícia concluiu o inquérito como acidente doméstico. Com a decisão, o caso foi remetido ao Poder Judiciário com a sugestão de arquivamento.
Wagner foi encontrado em sua casa, desacordado e machucado, no dia 1º deste mês e encaminhado para o Hospital Regional de Paraíso (HRP) e, depois, transferido para o Hospital Geral de Palmas (HGP), mas não resistiu e faleceu no dia seguinte, 2.
O delegado-chefe da 6ª Divisão de Repressão ao Crime Organizado (6ª DEIC de Paraíso do Tocantins), Hismael Athos e responsável pela condução das investigações, informou que Wagner foi vítima de acidente doméstico e que não há elementos que comprovem a participação de outras pessoas nos fatos. “Trata-se de fato atípico e já encaminhamos o relatório final do inquérito policial ao Poder Judiciário, sugerindo o arquivamento do mesmo”, ressaltou.
Na ocasião, o delegado Hismael relatou sobre como se deu a investigação e citou as hipóteses descartadas. Segundo ele, a princípio o caso foi tratado como sendo crime de conotação sexual ou passional. Porém, essas hipóteses foram descartadas. A investigação também trabalhou a possibilidade de latrocínio e homicídio, também desconsideradas em razão de exames e provas periciais no local.
Perícia
A respeito dos levantamentos da Perícia Criminal, o perito Alexandre Agrelli comunicou que os elementos periciados não indicaram a presença de terceiros na residência da vítima, tendo sido descartado arrombamento, escalada de muro e que não havia nada fora do lugar no local. Ressaltou também que o servidor levou duas quedas, uma na sala e outra na cozinha, onde foi encontrado próximo ao batente.
Em complemento, o diretor do Instituto de Medicina Legal (IML), Luciano Augusto de Pádua Fleury Neto, informou que o exame demonstrou que não havia luta corporal. Refutou a informação de que a orelha de Wagner havia sido decepada e elucidou que a orelha apresentou uma lesão corto contundente.
O diretor informou também que não foram encontradas lesões de autodefesa, que corroboram diretamente a conclusão da investigação de que ele veio a óbito em consequência do tempo em que ficou desacordado antes de ser socorrido. “As quedas ocorreram por volta de uma hora da manhã e somente às 8 horas da manhã o senhor Wagner foi encontrado desacordado. Isso contribuiu, sobremaneira, para o óbito, pois os exames indicaram hipoglicemia, várias crises convulsivas e parada cardiorrespiratória”, explicou Luciano Augusto.
Investigação
Representando a delegada-geral, Raimunda Bezerra de Souza, titular da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), Cínthia Paula de Lima, ressaltou o compromisso da Polícia Civil do Tocantins na elucidação do caso e informou que, de imediato, a Delegada-Geral acionou sua diretoria, que, delegou à 6ª DEIC à condução das investigações para apurar as circunstâncias da morte de Wagner Fernandes.
“Graças a um conjunto de ações investigativas, apurou-se que a morte do senhor Wagner foi um acidente doméstico. Não há fato científico que aponte outra causa para a morte do senhor Wagner”, frisou a Cínthia Paula de Lima.
Também acompanhou a coletiva a diretora da Perícia Criminal, Georgiana Ferreira Ramos.
O caso
O servidor Wagner Fernandes foi encontrado desacordado dia 1º de novembro, em sua residência em Dois Irmãos, com ferimentos na cabeça, orelha e supercílio e veio a óbito no dia seguinte, 02, por volta das 17h40, no Hospital Geral de Palmas. De imediato, a 6ª DEIC iniciou as investigações.
Foi apurado pelas autoridades policiais que Wagner morava sozinho e, por relato de testemunhas, que ele possuía problemas com o uso excessivo de bebida alcoólica. Que no sábado, 31 de outubro, ele foi visto na rua caído, tendo sido socorrido por populares que o levaram para sua residência. As testemunhas narraram também que depois de ter sido deixado em sua casa foram ouvidos xingamentos de apenas uma única voz no imóvel.