Gil Barison é paulista, empresário, odontólogo e pioneiro da capital tocantinense. Por ser, segundo ele, apaixonado pelo projeto arquitetônico, fixou residência em Palmas ainda em 1992. Montou um dos primeiros consultórios odontológicos da cidade e revolucionou a radiologia e a ortodontia no Tocantins.
Nesta entrevista, ele relata sua trajetória e suas expectativas, como também exalta sua candidatura a prefeito de Palmas, pelo partido Republicanos, como também apresenta projetos, ideias e soluções para os gargalos do município.
A sua escolha de entrar para a política pelo partido Republicanos demonstra sua preferência pela direita. O Sr. também defende os mesmos princípios que o presidente da República, Bolsonaro. Poderia discorrer sobre o tema?
Sempre fiquei afastado da política porque eu não gostava da maneira como ela era conduzida. Não entraria, jamais, na política se fosse para fazer “mais do mesmo”. Não toparia acordos espúrios, compra de votos ou de vereadores, etc.
Assim sendo, decidi que só entraria para a política se percebesse que a população realmente queria mudanças. Pesquisas qualitativas que encomendamos revelaram que o povo não quer mais os políticos profissionais ou parentes de políticos. O desejo é eleger alguém que tenha compromisso e vínculo com a cidade, capacidade comprovada e que faça uma gestão honesta e transparente.
Desta forma, fui procurar um partido que atendesse essa demanda e esses princípios para que eu pudesse me candidatar. Conversei com dirigentes de vários partidos e aquele que mais tive afinidades foi o Republicanos, pois defende os mesmos princípios e valores que eu tenho como vitais.
Mais do que isso, visando a segurança jurídica, solicitei que eu fosse elevado ao cargo de presidente metropolitano da sigla em Palmas e fui atendido. Isso me dá segurança para levar o projeto até o final e manter minhas propostas, porque se a vontade da população for concretizada, haveremos de ganhar essa eleição. Há um nítido desejo do eleitorado por mudanças e uma rejeição comprovada à atual gestão.
E como é o seu relacionamento com o presidente estadual da sigla, Cesar Halum, e com a executiva nacional do partido?
É o melhor possível, o Halum está entusiasmado com o projeto. Coligados com PRTB e DC, montamos na capital, uma frente do bem, a “Aliança por Palmas”, ao estilo do que o presidente Bolsonaro queria criar, mas não foi possível para essa eleição. Partidos de extrema direita que estão alinhados em Palmas. O PRTB indicou o candidato a vice-prefeito, o Tenente Gilberto, que é do exército e especializado em educação, licitações e auditorias. Uma vez eleitos, queremos moralizar a Prefeitura de Palmas, pois juntamos numa só chapa, os mesmos princípios e os mesmos ideais.
Nosso objetivo é ganhar as eleições e 2020 e, consequentemente, influenciarmos no resultado das eleições de 2022 conquistando vagas de deputados estaduais e federais. Logicamente, também estamos juntos no projeto de reeleger o presidente Bolsonaro ao cargo de presidente da república.
A pluralidade de candidaturas oposicionistas favorece a atual prefeita. O Sr. acredita que, nos próximos dias, haverá a polarização de um dos candidatos com ela, o que pode resultar na onda do “voto útil”?
Acredito que sim e ocorrerá de maneira natural. Nos pleitos anteriores, mesmo com menos candidatos, houve essa polarização. A população vai acabar entendendo que precisa concentrar forças naquele candidato que melhor representa a oposição. Evidente que o meu desejo é que o eleitorado me escolha para essa missão, em virtude das características já expostas nos seus questionamentos anteriores.
Quanto às propostas que pretende implantar, quais as mudanças intrínsecas que o Sr. fará na gestão, caso seja eleito?
É uma questão histórica, basta analisar o meu passado na cidade. Durante 28 anos não fiz outra coisa senão gerar empregos nas mais diferentes atividades, honrando todos os meus deveres e compromissos. Eu sou um “cumpridor de contratos”. Não há nessa cidade quem possa dizer que eu deixei de cumprir um compromisso. Essa já é uma grande mudança, pois é algo comum na iniciativa privada, mas não no meio político.
Minha pretensão é fazer algo completamente diferente, trazer para a política um jeito novo de governar, dentro dos limites da razoabilidade – é lógico – mas com transparência, responsabilidade e honrando compromissos.
Pesquisas qualitativas indicam sempre que a população deseja, normalmente, melhorias na saúde, educação, segurança, etc. Contudo, em todos os levantamentos que encomendei, o resultado indicou que o povo quer trabalho e emprego. Ora, isso é o que mais eu sei fazer: gerar emprego e renda. Faço isso em Palmas desde 1992. Os políticos tradicionais não sabem fazer isso, eles são especialistas em criar cargos comissionados e pendurar pessoas nas folhas de pagamento. Isso faz com que se estabeleça essa dependência deles e, por consequência, o cabresto político.
Estou nesta campanha política, portanto, para ganhar a eleição e atender a população, mas reitero: não faço acordos espúrios, não compro votos e, nem tampouco, farei campanha com dinheiro dos outros, porque as cobranças virão nas primeiras licitações que eu publicar.
Como o Sr. viu a condução do enfrentamento à pandemia em Palmas, por parte da atual gestão?
Sou oriundo da saúde e, na minha visão, tudo deveria ter sido muito diferente. Eu defenderia uma tese: não teria fechado a cidade logo no primeiro caso, mesmo porque sequer havia contaminação comunitária. A prefeita seguiu os conselhos do governador de São Paulo e, sinceramente, não dá para comparar uma cidade de 300 mil habitantes como a nossa, com a metrópole que é São Paulo. Pelo alinhamento dela com aquele governante, ela tomou medidas extremas que, na minha opinião, não foram as mais adequadas. Eu teria retardado o fechamento do comércio, se é que chegaria ao ponto de fechá-los por completo. Também teria adquirido os kits de medicamentos de hidroxicloroquina, Azitromicina e vitaminas, feito um hospital de campanha, como também, teria instalado barreiras sanitárias no aeroporto, rodoviária e entradas da cidade. Um “lock-down” sem critérios, puro e simplesmente, foi a pior das alternativas.
Como empresário do ramo imobiliário, gostaria que o Sr. analisasse a questão dos vazios urbanos, um gargalo de Palmas, como também o IPTU progressivo…
O IPTU progressivo é uma das alternativas para resolver vazios urbanos decorrentes de interesses econômicos e especulação imobiliária. Mas o problema é que essa não é principal razão dos vazios urbanos em Palmas. São problemas jurídicos e falta de regularização fundiária, que impedem o micro-parcelamento dessas áreas. Isso causa grandes vazios urbanos e remontam do início e formação da cidade. O poder público bem intencionado e disposto a resolver a situação, pode contribuir – e muito! – e resolver o problema.
No que concerne à alíquotas de ISS que inviabilizam a vinda de novas empresas, que preferem se instalar em Porto Nacional, Luzimangues e, até Lajeado, qual a sua proposição para resolver tal situação?
Sei como atrair empresas para a nossa cidade, tenho experiência. A primeira coisa a ser feita é reformar e revitalizar os nossos parques industriais, deixá-los prontas, fazer asfalto de qualidade, drenagem, organizar boa logística de frete/retorno, integrar os parques com a ferrovia Norte-Sul, adequar saídas para a rodovia e para a Avenida Teotônio Segurado, por exemplo. Isso basta? Não, também é necessário promover a regularização fundiária, pois hoje os empresários não conseguem sequer alienar ou dar em garantia os imóveis perante as instituições financeiras para fazer capital de giro ou empréstimos.
Outro fator: é necessário rever os incentivos fiscais e torna-los competitivos com as cidades circunvizinhas. Apenas assim, novas empresas se instalarão em nosso município. Por fim e não menos importante, é necessário que o poder público faça parcerias com o Sistema S, por exemplo, para contribuir com a qualificação da mão de obra que serão utilizadas nessas empresas.
Contudo, o mais importante é: tirar da jogada os políticos interessados em usurpar essas empresas, querendo ser sócios ou ter ganhos exorbitantes com a vinda desses empresários e seus empreendimentos. Muitos deixaram de vir porque a ânsia dos políticos do Tocantins em “devorá-los” era maior que o lucro que eles poderiam experimentar.
Dentro desse contexto, o Sr. poderia exemplificar?
Facilmente. O fato do candidato a vice-prefeito na chapa da gestora Cinthia Ribeiro, ser irmão do senador Eduardo Gomes é a prova da continuidade, da familiocracia, que o eleitor tanto abomina. É tudo farinha do mesmo saco, é o que eu tenho dito na minha propaganda eleitoral.
O Sr. é favorável à construção de um hospital municipal em Palmas?
Eu entendo que seria muito interessante ter um hospital municipal, mas analisando bem, um projeto desse demoraria 3 ou 4 anos para ficar pronto. É preciso analisar com calma essa questão, porque quanto maior o hospital maior será e demanda. Pessoas de Mato Grosso, Pará, Bahia ou Maranhão viriam para Palmas para serem atendidos, porque seria um hospital de referência; é preciso refletir detidamente sobre isso. A ideia é construir centros de atenção à família, com foco na mulher.
Finalmente, qual o seu conceito de cidade inteligente?
Creio que esse é melhor modelo. A inteligência artificial é o melhor para a cidade, utilizando todas as ferramentas para se organizar e melhorar tudo no município.
Eu quero pedir, por fim, que todos os eleitores repensem o seu voto. Quero que as pessoas confiem que posso oferecer à população de Palmas o melhor, pois todos que se relacionaram comigo sabem que posso cumprir tudo que eu posso. Eu não vendo ilusões. A aliança por Palmas tem tudo para ser vencedora nessas eleições, porque temos condições de recolocar a cidade nos trilhos do desenvolvimento. Não vou decepcionar. Muito obrigado pela oportunidade.