EUA anuncia venda a Taiwan de sistema de defesa Harpoon
Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (26) a venda de cem sistemas de defesa costeira Harpoon a Taiwan por 2,4 bilhões de dólares, dias depois de a China protestar contra uma operação similar de venda de armas à ilha.
A transação “melhorará as capacidades de defesa de Taiwan”, destacou o Departamento de Estado, ao anunciar a operação, apesar de a China ter decidido aprovar sanções nesta segunda-feira contra empresas americanas envolvidas em vendas anteriores de armas a Taiwan, ilha que considera parte de seu território.
A venda envolve cem baterias de defesa costeira Harpoon (HCDS), que podem contar com até 400 mísseis RGM-84L-4, com alcance máximo de 125 km.
Estes mísseis, fabricados pela divisão de defesa da Boeing, podem ser colocados em plataformas fixas ou montados em caminhões.
Os Estados Unidos consideram prioritário contrabalançar a influência da China na região Ásia-Pacífico.
Também pretendem dar a Taiwan capacidade de defesa confiável contra uma possível invasão do Exército chinês.
Washington anunciou na quarta-feira passada uma operação de venda de armas a Taiwan da ordem de 1,8 bilhão de dólares, incluindo 135 mísseis de defesa costeira Slam-ER de última geração, que diferentemente do Harpoon, tem um alcance maior do que a largura do Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China.
Pequim pediu pela primeira vez desde a semana passada a Washington que “cancele” esta venda “para evitar danificar ainda mais as relações” entre os dois países.
Ao não receber resposta de Washington, anunciou na segunda-feira sanções contra as empresas armamentistas americanas, as “pessoas e entidades que tenham tido mal comportamento” durante a venda.
As gigantes do setor, Lockheed Martin, Raytheon e o braço da defesa da Boeing, manifestaram sua preocupação a respeito.
Taiwan tem uma população de 23 milhões de pessoas e é governada há 75 aos por um regime que se refugiou neste território depois que os comunistas tomaram o poder na China continental durante a guerra civil chinesa.
A República Popular Chinesa considera o território insular uma de suas províncias e ameaça usar a força em caso de uma proclamação formal de independência ou intervenção externa, especialmente americana.