Exército brasileiro simulou guerra entre países da Amazônia, diz jornal
SÃO PAULO, 14 OUT (ANSA) – O Exército brasileiro gastou R$ 6 milhões em combustível, horas de voo e transporte para realizar simulações de uma guerra entre dois países na Amazônia, informou o jornal “O Globo”, citando informações obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação.
De acordo com a publicação, os exercícios aconteceram nas cidades de Manacapuru, Moura e Novo Airão (AM), entre 8 e 22 de setembro e envolveram pelo menos 3.600 militares.
Uma das simulações coincidiu com a data em que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visitou Roraima, na região de fronteira com a Venezuela, e participou de uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, para debater a crise na Venezuela.
Ainda segundo o jornal, o exercício de guerra foi desenvolvido em um campo de batalha em que soldados do país “Azul” tinham que expulsar invasores do país “vermelho”. “Dentro da situação criada e com os meios adjudicados, foi a primeira vez que ocorreu este tipo de operação”, informou o Exército ao jornal.
Batizada de Operação Amazônia, a ação teve um custo de R$6 milhões, que saíram do Comando de Operações Terrestres (Coter).
Durante os exercícios foram empregados diversos meios militares, como aeronaves, viaturas, embarcações regionais, sistema de lançamento de foguetes, entre outros.
O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, foram à região do “conflito” no dia 14 de setembro e acompanharam os disparos de mísseis.
Em declaração à publicação, o Comando Militar da Amazônia informou que 20 foguetes foram disparados pela artilharia do Exército no dia 15, na altura do quilômetro 61 da rodovia AM-010, com o objetivo de neutralizar uma base oponente.
A “guerra” foi realizada no momento de tensão entre o Brasil e a Venezuela, principalmente porque o governo de Jair Bolsonaro anunciou a retirada de status diplomático de funcionários venezuelanos, representantes do governo de Nicolás Maduro em Brasília. (ANSA)