Acusado de se aliar à esquerda, Maia diz que Guedes está “desequilibrado”
Maia respondeu ao ministro Tom da altercação se elevou Veja as últimas discussões
Houve uma escalada no tom beligerante da altercação entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Depois de ser acusado de ser integrante do bloco de esquerda por Guedes, Maia respondeu dizendo que o ministro está “desequilibrado”.
“Paulo Guedes está desequilibrado. Recomendo ao ministro assistir o filme ‘A Queda’ “, afirmou o deputado.
Um dia antes, na 3ª feira (29.set.2020), Maia usou o Twitter para fazer uma cobrança ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em relação ao andamento da reforma tributária no Congresso. O governo ainda busca consenso entre os parlamentares para aprovar o texto.
Já nesta 4ª feira (30.set), Guedes falou em entrevista a jornalistas que que há boatos de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a esquerda fizeram 1 acordo para “para interditar as privatizações”. Veja o vídeo (58s).
Guedes falou sobre o tema durante apresentação dos dados do emprego formal, no início da tarde. Na ocasião, defendeu o andamento das reformas e das vendas de estatais.
“Não há razão para interditar as privatizações. Há boatos de que haveria 1 acordo do presidente da Câmara [Rodrigo Maia] com a esquerda para não pautar as privatizações. Nós precisamos retomar as privatizações. Precisamos seguir com as reformas”, afirmou.
No início do mês, Maia disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, “tem proibido a equipe econômica de conversar” com ele. Ele reclamou do tratamento recebido. Disse que tentar uma reconciliação “é perda de tempo”.
“Nem precisa (mais). Agora já fiz todas as minhas tentativas. Eu sou 1 político paciente, mas acho que a gente vai perder tempo. De fato, o Paulo Guedes não gosta de mim. Se a pessoa não tem uma boa relação, não adianta perder tempo.”
A informação de que Guedes “proibiu a equipe econômica de conversar” com Maia foi divulgada pelo próprio presidente da Câmara. Um almoço com secretários do Ministério da Economia foi cancelado por determinação do ministro.
Segundo apurou o Poder360 à época, o ministro sentia-se incomodado com o fato de Maia reunir-se constantemente com seus secretários. Via nisso uma espécie de foco de discórdia entre a equipe econômica e o presidente da Câmara.
Na sequência, Maia disse que o entrevero não afetaria a tramitação da reforma administrativa e de outras pautas da agenda econômica no Congresso.
Desde então, entretanto, houve pouco avanço na pauta de reformas governistas. O Planalto ainda não enviou sua ideia para a tributária, que ainda não começou a tramitar oficialmente enquanto segue na comissão mista para ganhar 1 texto único. Já a reforma administrativa foi enviada pelo Executivo, mas ainda não começou a tramitar já que a CCJ (Comissão da Constituição e Justiça) da Casa segue sem funcionar pela pandemia.
Já a PEC emergencial e do Pacto Federativo, esta considerada prioritária por Maia, também ainda não foram oficialmente apresentadas pelo relator, o senador Marcio Bittar (MDB-AC).
Antes das trocas de farpas públicas, em julho, Maia disse, ao lado de Guedes, que queria acelerar a tramitação de projetos que ajudam na retomada da econômica.