Presidente Trump utiliza a máquina do governo na campanha à reeleição
Donald Trump usou a Casa Branca e funcionários do governo para a campanha eleitoral. Presidentes que disputam a reeleição, inclusive os republicanos, sempre separam equipes e eventos do governo da campanha.
O evento partidário que oficializa a candidatura de Donald Trump à reeleição teve uma mudança de tom, nesta terça-feira (25), nos Estados Unidos.
A segunda noite da Convenção Republicana tentou trazer depoimentos mais humanizados, com destaque para a família do presidente. A filha mais nova, Tiffany, disse que o pai tem grandes sonhos para o país e é incansável para alcançá-los. O filho Eric disse que Trump representa a maioria silenciosa por quem ninguém lutava em nenhum dos dois partidos.
Donald Trump também participou em momentos mais emotivos. Apareceu perdoando um ex-presidiário que criou um projeto de reinserção de detentos na sociedade. E o presidente, que tem como bandeira de campanha e de governo impedir a entrada de imigrantes nos Estados Unidos, concedeu a cidadania americana a cinco imigrantes.
Mas o local onde os vídeos foram gravados gerou mais polêmica do que seus conteúdos. Trump usou a Casa Branca e funcionários do governo para a campanha eleitoral. Presidentes que disputam a reeleição, inclusive os republicanos, sempre separam equipes e eventos de governo da campanha.
Misturar governo e campanha também foi a acusação contra Mike Pompeo. O secretário de Estado de Trump participou da convenção de Jerusalém, durante uma viagem oficial a Israel. Os democratas na Câmara anunciaram uma investigação para apurar se ele infringiu a lei.
No discurso, o secretário chamou de sucesso a política externa de Trump e citou a decisão de transferir a embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém, e as conversas com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. “Este presidente liderou iniciativas ousadas em quase todos os cantos do mundo”, disse.
O principal discurso da noite aumentou a polêmica sobre o uso da máquina pública. Melania Trump falou dos jardins da Casa Banca. Em uma noite em que a violência explodiu em protestos contra o racismo, a primeira-dama pediu que os americanos parassem um pouco para olhar a situação sob todas as perspectivas.
Diante de uma plateia de dezenas de pessoas, quase todas sem máscaras, Melania ofereceu condolências às famílias das vítimas da pandemia e defendeu a personalidade do presidente: “Quer goste ou não, você sempre sabe o que ele está pensando, e isso porque ele é uma pessoa autêntica que ama este país e seu povo e quer continuar a torná-lo melhor”.