Ex-prefeito de Palmas se acorrenta na porta da CGU e afirma ser inocente após ser alvo de operação da PF
A intenção de Carlos Amastha era ser recebido pelo superintendente da Controladoria Geral da União. O órgão foi responsável por elaborar nota técnica mostrando indícios de irregularidades em contratos da prefeitura da capital.
O ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) resolveu se acorrentar em frente à Controladoria Geral da União (CGU) na manhã desta segunda-feira (27) para ser recebido pelo superintendente do órgão. O ato é realizado quase uma semana depois da operação da Polícia Federal, que apura superfaturamento e fraudes em contratos de locação de veículos. Quatro ex-secretários, que atuaram na gestão de Amastha, foram presos. Ele também é investigado na ação e teve os sigilos bancário e fiscal quebrados.
O G1 aguarda posicionamento da PF e da CGU.
O político também montou uma barraca de praia na porta do órgão e anunciou que faria greve de fome. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele explicou que o objetivo do ato era esclarecer os fatos para “limpar a honra” dele e da família.
“[…] posso garantir a vocês que não sou contrário às investigações. Muito pelo contrário, eu quero que seja investigado. Eu quero que a CGU explique porque fez aquela nota contra a realidade. Estou aqui, a partir desse momento, e daqui não saio, até que eu consiga esse objetivo, que é esclarecer, limpar minha honra, da minha família e do povo de Palmas”…
Depois de quatro horas, Amastha foi recebido pelo superintendente da CGU Leandro da Cruz Alves e entregou os documentos que, segundo ele, comprovam que não houve irregularidades.
A CGU foi a responsável por emitir a nota técnica para a PF mostrando indícios de irregularidades na locação de veículos para a prefeitura durante o período em que ele esteve à frente do município, como o pedido de redução dos valores do contrato firmado em 2014.
Operação da PF
A operação da Polícia Federal foi realizada na terça-feira (21) para investigar fraudes em contratos de locação de veículos da prefeitura de Palmas. Quatro ex-secretários da gestão Amastha foram presos. Todos tiveram as prisões revogadas mediante pagamento de fiança.
As apurações indicam que o o grupo, em parceria com empresários do ramo de locação de veículos, tenha fraudado licitações para desviar dinheiro público.
Segundo a PF, os contratos suspeitos foram fechados em 2014, durante a gestão do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). A suspeita é que eles tenham se apropriado de mais de R$ 15 milhões.
A investigação indica que inicialmente a ata de registro de preços foi realizada pela Prefeitura de Porto Nacional, município vizinho a Palmas, durante a gestão de Otoniel Andrade.
A suspeita de fraude é motivada pelo fato de que três empresas apresentaram propostas para a licitação, mas apenas uma delas compareceu ao pregão presencial. Isso, segundo a PF, indica que o contrato pode ter sido direcionado. Além disso, as outras empresas apresentaram orçamentos com diferença constante de 2,3955% sobre as propostas da vencedora.
Após a realização da licitação em Porto Nacional, a prefeitura de Palmas optou por aderir a mesma ata de preços. O contrato ficou em vigor até 2018. Neste período a prefeitura de Porto Nacional pagou R$ 470 mil pelo aluguel dos veículos enquanto em Palmas os pagamentos passaram da marca de R$ 24 milhões.