Jovens da geração Z carregam impacto econômico de pandemia
Bilhões de dólares em estímulo fiscal global encontram dificuldade para amortecer o golpe à medida que a pandemia piora a desigualdade geracional
Já marcada pela crise financeira global ocorrida há uma década, uma geração de profissionais mais jovens carrega o impacto econômico do coronavírus. Mesmo bilhões de dólares em estímulo fiscal global encontram dificuldade para amortecer o golpe à medida que a pandemia piora a desigualdade geracional.
A Austrália é um exemplo. Apesar da injeção de apoio financeiro e econômico de 260 bilhões de dólares australianos (US$ 180 bilhões), o desemprego entre jovens de 15 a 24 anos subiu para 16,1%, em comparação com cerca de 5,5% para pessoas com mais de 25 anos. Isso em um país que não registra recessão desde os anos 90 e está na vanguarda das nações que conseguiram controlar o vírus.
Cerca de 25% dos trabalhadores mais jovens não são elegíveis para o pacote de subsídios salariais do governo australiano porque têm contratos temporários e não estavam empregados há pelo menos 12 meses, de acordo com Catherine Birch, economista sênior do Australia & New Zealand Banking. O número se compara a apenas 6,5% nas outras faixas etárias.
Elliot Matthews, de 21 anos, está entre os atingidos. Em abril, quando soube que não haveria mais turnos no hotel de Sydney onde trabalhava, faltavam apenas duas semanas de emprego para completar um ano. “Essa é uma janela muito difícil de se encaixar”, disse Matthews sobre a exigência do governo.
Está longe de ser apenas uma história da Austrália.
À medida que a pandemia avança, a crise expõe o impacto iniciado há uma década, quando a crise financeira atingiu os millennials com força e deixou a geração Z – descrita pelo Pew Research como os nascidos após 1996 – com um legado de trabalho inseguro e poucas oportunidades.
No Ocidente, ao que parece, independentemente do apoio fiscal, é mais provável que trabalhadores mais jovens fiquem sem emprego.
“É necessário um apoio significativo, direcionado e contínuo, além das políticas atuais, para garantir que os jovens não sejam deixados para trás”, afirmou Catherine. “O mercado de trabalho para jovens é mais precário no atual choque do que na crise financeira pré-global.”