Para Bolsonaro, manifestações contra o governo no domingo serão feitas por “marginais”
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que “marginais” marcaram manifestações para protestar contra o governo no domingo e pediu a seus apoiadores para não participarem de protestos nesse dia.
“Nós respeitamos às leis, eles não. Eles fazem tudo à margem da lei. Para eles, tudo pode e tudo é bonito e para o outro lado não. Então está previsto esses marginais marcaram eu acho que para o domingo (protestos)”, disse ele, em sua transmissão semanal nas redes sociais.
No domingo passado, houve os primeiros protestos contra o governo em cidades brasileiras após semanas de seguidas manifestações de apoiadores de Bolsonaro. Em São Paulo, chegou a haver manifestações dos dois lados ao mesmo tempo na conhecida Avenida Paulista. No final houve confronto com a Polícia Militar.
O presidente aconselhou seus apoiadores a não comparecer às ruas no próximo domingo. Na transmissão, disse que nunca convocou ninguém para movimento nenhum e ou usou suas redes sociais para potencializá-los.
“Eu agradeço a todos aqueles que participaram de movimentos patrióticos no corrente ano. Lamentavelmente um ou outro bota uma faixa lá mais esquisita que não tem nada a ver com a democracia, mas é o direito dele também lá botar a faixa dele lá, quer que eu faça o quê”, afirmou ele.
Bolsonaro pediu a seus apoiadores que deixem os contrários irem às ruas mostrarem “o que é democracia para eles”. Destacou que não está torcendo para ter quebra-quebra não, mas disse que geralmente é isso que “esses black blocks” fazem. Essa é uma referência a manifestantes que ao final dos protestos praticam atos de vandalismo.
Sem apresentar evidências, o presidente disse que os atos estariam sendo organizados pelo movimento Antifa –um conglomerado de organizações e grupos de oposição ao fascismo. Para ele, esse é o “novo nome dos black blocks”.
Bolsonaro alertou ainda que o governo federal e governadores com compromisso com a democracia estão se preparando para reagir caso “esse pessoal ultrapasse o limite da racionalidade”.
(Reportagem de Ricardo Brito)