TSE retoma julgamento de ações contra chapa que elegeu Bolsonaro
Processo é sobre invasão de um grupo no Facebook em favor da chapa do presidente deve prosseguir após vista do ministro Edson Fachin em 2019
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu retomar na próxima terça-feira (9) o julgamento de duas ações que apuram ataques cibernéticos numa rede social realizado para beneficiar a campanha do então candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, na época filiado ao PSL, e seu canditado a vice-presidente, Hamilton Mourão, nas eleições de 2018.
O julgamento havia sido iniciado em novembro de 2019, que foi interrompido após o ministro Edson Fachin pedir para visualizar o processo. A chapa ainda é alvo de outras seis ações em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As duas ações que serão retomadas a análise foram protocoladas na época pelos partidos pela coligação formada pelos partidos Rede Sustentabilidade e PV (Partido Verde), da então candidata Marina Silva, e uma outra na associação do Psol (Partido Socialismo e Liberdade) e o PCB (Partido Comunista Brasileiro) , do então candidato Guilherme Boulos.
Na ação eles apontam abuso eleitoral e pedem a cassação do mandato dos representantes da chapa vitoriosa no pleito.
Segundo o TSE, os autores alegam que, “durante a campanha, em setembro de 2018, o grupo virtual “Mulheres Unidas contra Bolsonaro”, que reunia mais de 2,7 milhões de pessoas, sofreu ataque de hackers que alteraram o conteúdo da página. As interferências atingiram o visual e até mesmo o nome da página, modificado para “Mulheres COM Bolsonaro #17”, que também passou a compartilhar mensagens de apoio aos então candidatos e conteúdos ofensivos, bem como excluir participantes que o criticavam”.
A ação afirma ainda que “Jair Bolsonaro teria publicado em seu perfil oficial no Twitter a mensagem “Obrigado pela consideração, mulheres de todo o Brasil!”, acompanhada de foto da página modificada do grupo, o que sinalizaria forte elemento da provável participação do então candidato no episódio ou, no mínimo, de sua ciência”.